Pai de Fábio Silva e a saída do Anderlecht: "Não posso aceitar..."
Fábio Silva
foto AFP
Jorge Silva concedeu entrevista a lamentou as más interpretações que ficaram da saída de Fábio. Antigo jogador do Boavista assinalou os motivos para o "divórcio" com os belgas e negou discussão com o treinador
Foi curta a passagem de de Fábio Silva pelo futebol belga e pelo Anderlecht. Emprestado pelo Wolverhampton, o internacional sub-21 ficou apenas seis meses num destino que, à partida, seria para uma época e saiu no meio de um turbilhão de notícias que, segundo Jorge Silva, não são verdadeiras. Por isso, o pai do atacante concedeu uma entrevista ao jornal "DH" a explicar as razões da separação e negou qualquer desentendimento com o atual treinador do clube belga, Brian Riemier.
"Quem declarou na imprensa belga que houve uma discussão [com o treinador]? Também não o fizemos e não creio que tenha vindo de dentro do clube. O clube sempre foi cordial connosco. Só que a chamada discussão foi retomada em toda a imprensa portuguesa, fazendo o meu filho parecer um mau rapaz. Não posso aceitar que se espalhem mentiras sobre o Fábio. O meu filho não é perfeito, mas é um bom rapaz", atirou, vincando que o avançado "merece ser tratado com respeito".
Fábio Silva mudou-se para o Anderlecht com a promessa de que a equipa jogaria um futebol ofensivo. A troca de Vincent Kompany por Felice Mazzù chegou a suscitar algumas dúvidas, mas mesmo assim o internacional sub-21 decidiu aceitar o convite. "O clube assegurou-nos que Mazzù era o melhor treinador na Bélgica, com as mesmas ideias ofensivas de Kompany. Por isso, assinámos. Os primeiros dois meses corresponderam às nossas expectativas. Apesar de a equipa não ter jogado sempre bem, foi ganhando e o Fábio marcando. Depois as coisas começaram a correr mal e o Anderlecht mudou de treinador novamente", recordou.
Segundo Jorge Silva, "a entrada de Riemier mudou tudo". "De repente o sistema de jogo mudou. O Fábio estava sozinho numa ilha. A sua primeira tarefa era defender em vez de pensar em marcar golos", criticou, sem travar nos reparos ao atual técnico do clube de Bruxelas.
"Sou o maior crítico do Fábio, mas será ele o culpado da perda de pontos em Bruges? É mau pôr as coisas desta forma, mas quando se pede a um jogador com as qualidades do Fábio para correr atrás de uma bola... O estilo de jogo, aquelas bolas longas, aquela falta de oportunidades para marcar", enumerou Jorge Silva, garantindo que o problema foi "relatado ao Anderlecht".
"Sobre isso, Riemer disse que talvez fosse melhor a separação. É como uma relação. Se um casamento já não funciona, tem de se conseguir o divórcio. Fábio agradeceu ao treinador. Foi uma conversa madura", afiançou, abordando ainda o alegado finca-pé para atuar com Esposito, agora jogador do Bari, de Itália. "Ele não exigiu isso [jogar com ele], mas os adeptos também acreditavam que aqueles dois deveriam ter estado mais tempo lado a lado no campo. O motivo pelo qual isso não aconteceu não é problema do Fábio", rematou.
Face ao desacordo de ideias, a solução encontrada por todas as partes, incluindo o Wolverhampton, passou pela saída de Fábio Silva do Anderlecht e o empréstimo até final da época ao futebol neerlandês e ao PSV, atualmente treinado pelo antigo avançado Ruud Van Nistelrooy.