"Chegada de Abramovich ao Chelsea? Parecia uma criança no recreio da escola"

"Chegada de Abramovich ao Chelsea? Parecia uma criança no recreio da escola"
Redação

Ranieri rememorou, à Imprensa italiana, os primórdios do magnata da Rússia no emblema de Londres

Primeiro treinador a lidar com Roman Abramovich no Chelsea, Claudio Ranieri recordou, ao "Il Messagero", o entusiasmo e a envolvência regular do russo, agora forçado a abandonar a propriedade do clube, no começo em Stamford Bridge.

"Parecia uma criança no recreio da escola, estava muito presente. Vinha frequentemente aos jogos e às vezes, para se falar calmamente, regressava dos jogos com ele num avião privado. Queria estar informado e compreender tudo", lembrou o técnico, que revelou o porquê de Abramovich ter adquirido o Chelsea.

"Comprou-o porque nos classificámos para a Champions na última jornada da liga [inglesa de 2001/02], após vencermos o Liverpool. Se não tivéssemos conseguido, a história do clube podia ter sido diferente", previu, 19 anos depois, Ranieri.

Atualmente, o reinado de Abramovich em Stamford Bridge está perto do fim. O magnata russo como que foi forçado, em função da agressão militar da Rússia na Ucrânia e das sanções da UE a oligarcas do país, a vender o Chelsea, vítima colateral da retaliação de forças políticas e institucionais para travar Vladimir Putin.

O emblema inglês tem limitação de verbas para realizar viagens para jogos fora de casa e está impedido de vender bilhetes ou negociar passes de futebolistas. Porém, Ranieri confia de que a turbulência em Londres vai terminar sem danos de maior.

"Não creio que existam riscos sérios, são campeões da Europa e do Mundo, vão certamente encontrar um comprador capaz de manter o status atual. (...) Seria bom se o desporto fosse uma ilha feliz, mas não pode ser assim", concluiu Ranieri.

Segundo a britânica "BBC", o grupo Raine, banco de investimento sediado em Nova Iorque, que tem intermediado a venda do Chelsea, confia que a conclusão do processo de alienação total da propriedade de Abramovich, a ser supervisionada pelo Governo inglês, terá como data limite o final deste mês de março.