Hummel equipa Dinamarca e toma posição sobre Catar'2022: "Não queremos ser visíveis"
Hummel deixou uma mensagem nas redes sociais, lembrando que a escolha das camisolas não teve o Euro'92 como único significado
Têm sido muitas as críticas ao Catar, antes do início do Mundial de futebol. A hummel, patrocinador da Dinamarca, é a mais recente entidade a deixar recados para com o país que vai servir de sede para a festa do futebol, marcada este ano para novembro e dezembro.
"Com as novas camisolas da seleção dinamarquesa, queríamos enviar uma dupla mensagem. Não só são inspiradas pelo Euro'92, prestando homenagem ao maior sucesso do futebol dinamarquês, mas também um protesto contra o Catar e o seu historial em matéria de direitos humanos. É por isso que afinámos todos os detalhes das novas camisolas da Dinamarca para o Campeonato do Mundo, incluindo o nosso logótipo. Não queremos ser visíveis durante um torneio que já custou a vida a milhares de pessoas. Apoiamos a seleção dinamarquesa até ao fim, mas não apoiamos o Catar como sede do Mundial. Acreditamos que o desporto deve unir as pessoas. E quando tal não acontece, queremos marcar uma posição", escreveu a marca, nas redes sociais.
A Federação de Futebol da Dinamarca, a DBU, é há anos uma das principais vozes críticas dos abusos laborais e de direitos humanos no Catar nos trabalhos preparativos para o Campeonato do Mundo.
Aquando do apuramento para este torneio, o diretor executivo, Jakob Jensen, disse que ia "aumentar o tom e o volume das críticas" àquele país, para amplificar as denúncias, e os patrocinadores da seleção abdicaram do espaço nos equipamentos de treino para mensagens em prol dos direitos humanos.
Embora as autoridades do Catar neguem, várias organizações e estimativas apontam para milhares de mortes naquele país entre 2010 e 2019 em trabalhos relacionados com o Mundial, com um relatório do jornal britânico The Guardian, de fevereiro deste ano, a cifrar o valor em 6.500 óbitos, número que muitos consideram conservador.
Em maio, a seis meses do arranque da competição, a Amnistia Internacional assinou uma carta aberta endereçada ao presidente da FIFA, Gianni Infantino, ao lado de associações como a Human Rights Watch, pedindo-lhe que invista o mesmo valor dos prémios atribuídos às seleções pela performance no torneio num mecanismo de compensação.