Numa entrevista ao site oficial da UEFA, o avançado sueco abordou vários temas, como o seu processo de maturação, as suas inspirações no desporto, a Liga dos Campeões e o seu futuro.
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A inigualável personalidade, o incomparável ego e o incomensurável talento de Zlatan Ibrahimovic marcaram, definitivamente, uma geração no futebol mundial. Melhor marcador de sempre pela seleção da Suécia, com 62 golos em 120 internacionalizações, o futebolista nascido em Malmö teve êxitos desportivos nos Países Baixos, na Itália, na Espanha, na França e até em Inglaterra, onde, pelo Manchester United, conquistou a Liga Europa na temporada de 2016/17.
Numa entrevista concedida ao site oficial da UEFA, "Ibra" contou como o seu crescimento no bairro de Rosengård acabou por o colocar na rota do sucesso. "Eu cresci em Malmö, numa pequena zona chamada Rosengård. Fiquei lá até aos 17 anos. Era muito ativo quando era jovem. As pessoas chamam a isso de "gueto". Para mim, era o paraíso porque tinha tudo o que queria. Tinha amigos, divertia-me. Estava feliz. Havia futebol e o futebol faz as pessoas felizes. O futebol era barato, jogava-se de graça. Só precisava de calçado para jogar. Mas, mesmo sem calçado, é possível futebol. A partir daí, tudo foi melhorando. Quando consegui o meu primeiro contrato profissional com o Malmo de repente estava a ganhar dinheiro ao fazer aquilo que amo. O dinheiro não me fazia feliz, mas tornou tudo mais fácil. Depois de fazer longas distâncias a pé para treinar, a roubar bicicletas - o que não é bom, mas todos nós fazemos coisas estúpidas -, eu podia agora tirar a carta de condução e ter um carro", confidenciou o jogador.
Sobre os seus ídolos na adolescência, "Ibracadabra" mencionou dois nomes: "O meu pai obrigava-me a assistir a muitos combates de boxe do Muhammad Ali, e eu gosto desse tipo de personagem lutador, que tem de provar algo a si mesmo, que tem confiança. No futebol, para mim, o melhor jogador da história é o Ronaldo "Fenómeno". Sempre o segui, vi tudo o que ele fazia. Ele fez coisas que todos queriam fazer e que ninguém tinha visto antes, e todos tentaram copiar isso. Quando brincamos com os amigos no jardim, tentamos fazer as mesmas coisas que os nossos ídolos. Depois conheci essa pessoa na vida real e comecei a jogar contra ele - eu não cheguei a jogar com ele - e, de repente, algo irreal torna-se real", confessou.
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Com 40 anos feitos em outubro passado, Zlatan chamou a Liga dos Campeões à conversa. "Acho a prova incrível. Marquei alguns golos de que gostei e tive a oportunidade de jogar contra as melhores equipas e os melhores jogadores da Europa. Como me sinto sobre o facto de que nunca ter ganho? De duas maneiras: ganhar seria incrível, não ter ganho não me muda como jogador. Se a ganhar, não significaria que seria melhor jogador porque eu sou o melhor jogador. Isto está comprovado e o melhor jogador não ganha tudo", enfatizou, sempre com a sua convicção nos píncaros.
Em conclusão, Ibrahimovic pronunciou-se acerca do seu futuro, sublinhando que ainda não tem planos: "Vamos ver o que acontece. Quero jogar enquanto puder e vou jogar até encontrar alguém que é melhor do que eu. Sei que um dia vou parar e deixarei de sentir aquela adrenalina. Quando pararmos, precisamos de começar do zero e tentar algo novo".
Na presente temporada, Zlatan Ibrahimovic leva 24 jogos (22 pelo Milan e dois pela seleção sueca), tendo marcado oito golos e feito duas assistências. O craque está ao serviço dos "Blågult" que, na próxima terça-feira, dia 29, tentarão derrotar a Polónia e, assim, carimbar a passagem ao Campeonato do Mundo do Catar.
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