Questionado sobre se iria para a frente de batalha se fosse convocado, o lateral do Arsenal não teve dúvidas em responder
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Oleksandr Zinchenko garante que deixará o Arsenal para lutar pela Ucrânia se for chamado para tal. Esta semana, Volodymyr Zelensky, presidente ucraniano, assinou um projeto de lei que reduz a idade de mobilização militar de 27 para 25 anos, de forma a conseguir mais soldados para combater na guerra contra a Rússia - em dezembro, o líder disse que seriam precisos 500 mil homens. Nesse sentido, o lateral esquerdo não tem dúvidas: "Acho que a resposta é muto clara. Eu iria [combater]", referiu em entrevista ao programa "BBC Newsnight".
Zinchenko, de 27 anos, referiu que tem antigos colegas de escola na frente de batalha a defender o país. "É duro perceber que há pouco tempo estávamos juntos na escola, a brincar no recreio ou a jogar futebol, e agora eles têm de estar a defender o nosso país. Honestamente, é difícil aceitar isto. Mas é o que é, não podemos desistir", apontou.
E acrescentou: "Sei que algumas pessoas pensam que é muito mais fácil estar aqui em Londres ao invés de estar na Ucrânia. Espero mesmo que esta guerra acabe cedo."
O internacional ucraniano começou a carreira profissional ao serviço dos russos do UFA, em 2016, e agora já não tem contacto com os antigos companheiros de equipa. "Desde que a invasão começou, poucos me mandaram mensagem. E não posso culpá-los, porque sei que não é culpa deles. E não lhes posso dizer para irem para a rua protestar, porque seriam presos. Mas a guerra mostrou-se que os ucranianos já não podem ser amigos dos russos nunca mais. Nunca esqueceremos o que nos fizeram, ao nosso povo. E vou ensinar aos meus filhos e os meus filhos ensinarão aos deles. Isto é inaceitável."
O futebolista do Arsenal revelou também que já doou mais de um milhão de libras [1,17 milhões de euros] para ajudar os refugiados da Ucrânia. "Qual é o meu dever agora? Como posso ajudar o meu país, o meu povo? Não posso estar mais orgulhoso de ser ucraniano. Tenho o sonho de que esta guerra acabe muito, muito em breve, e nós possamos reconstruir a nossa Ucrânia como queremos", finalizou.