Antigo técnico do Barcelona admitiu que gostaria de treinar na Premier League e também olhou com bons olhos para o trabalho que Rúben Amorim tem feito no Manchester United
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Sem clube desde que foi substituído por Hansi Flick no comando do Barcelona no final da época passada, Xavi não ficou indiferente ao sucesso que o seu ex-clube tem tido em 2024/25, apesar da eliminação recente frente ao Inter nas meias-finais da Liga dos Campeões.
Com os catalães a terem vencido o rival Real Madrid na final da Supertaça de Espanha e da Taça do Rei e a terem quatro pontos de vantagem sobre os “merengues” na liderança da LaLiga, Xavi revelou, em entrevista ao The Athletic, que acompanhou todos estes sucessos com orgulho, negando qualquer tipo de ressentimento pela sua saída do Barça.
“O meu filho adora Lamine Yama e Pedri e adora o Barça. A minha filha tem nove anos e adora o Lewandowski e Raphinha. Somos uma família Barça. Quando jogam, vemos as equipas masculinas e femininas e os miúdos colecionam autocolantes. Estamos contestes por o Barça estar tão bem. Muitas pessoas pensam que eu não ficaria feliz com isso, por já não estar lá, mas estou muito contente com a equipa e Hansi Flick tem estado bem. Ele veio cá falar comigo e falámos umas duas horas. Temos uma boa relação, ele disse-me: ‘Muito obrigado. Ajudaste-me a criar algo aqui. Os jogadores treinam arduamente e eles receberam essa mentalidade graças a ti’”, revelou.
Na mesma conversa, o técnico espanhol, ex-médio, aproveitou para enumerar os seus jogadores favoritos da atualidade, incluindo dois portugueses nessa lista. Ao mesmo tempo, abordou o seu futuro, dizendo que não tem pressa, mas que gostaria de treinar um dia na Premier League.
“Pedri não perde a bola e toma as melhores decisões sempre que a tem. Frenkie (de Jong) está num bom momento, há também Vitinha. Eu foco-me sempre nos médios. Bruno Fernandes é outro jogador com um nível de topo. Ele é um guerreiro, a sua mentalidade é apenas vencer. Ele tem talento e paixão. Ele, Rashford, Fred, Lisandro (Martínez) e Antony jogaram muito bem quando defrontaram o meu Barça (em 2023). Na primeira parte da segunda mão (do play-off de acesso aos “oitavos” dessa Liga Europa), nós controlámos um pouco o jogo, mas, na segunda parte, eles foram incríveis. Jogaram com paixão e Fernandes esteve contra mim durante o jogo em termos disso”, recordou, acrescentando: “Eu sei que o Manchester United está a ter um ano difícil, mas consigo ver o que Rúben Amorim está a tentar fazer. Ele está no início do seu projeto, mas eu vejo uma coisa, que os jogadores estão a lutar por ele e isso é importante. Eles correm pela equipa”.
“Se gostaria de voltar a treinar? Claro. Onde, não sei. Não tenho pressa, mas gostaria de ter um bom projeto, algo em que tivesse quatro anos para trabalhar e criar um projeto. Adoraria trabalhar na Premier League porque adoro a paixão que ali há. Em Espanha, é demasiado acerca do resultado. Vejam o que aconteceu com Ancelotti, há pessoas que o criticam e não é justo. Ele venceu 30 títulos em 10 anos e é criticado como se não tivesse vencido nada. (Fede) Valverde (jogador do Real Madrid) falou de forma perfeita quando disse: ‘Se Ancelotti é criticado, que esperança existe para o resto de nós?’. A pressão em Espanha é difícil, especialmente no Barça e Real Madrid”, concluiu.