Vítor Pereira reflete: "No Brasil, não fui o treinador que já consegui ser..."
Treinador do Corinthians admitiu ter cometido um erro muito grande na preparação para o jogo com o Internacional (2-2).
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Vítor Pereira, treinador do Corinthians, atual terceiro classificado do Brasileirão, revelou esta terça-feira ter cometido uma "cagada muito grande" na preparação do último jogo da equipa (2-2 na receção ao Internacional).
"Esta semana fiz uma cagada muito grande, vou dizer. Ainda não partilhei isto com ninguém, nem com os meus jogadores. Tivemos mais dias para treinar e, ao rever o jogo, percebi claramente que, devido à vontade de treinar e melhorar a minha equipa, fiz o quê? Treinei na intensidade que gosto de treinar, demos uma carga que eles não estavam habituados. Por causa disso, chegámos ao jogo cansados e sem capacidade. Aguentámos na primeira parte, na segunda não. Isso é da minha responsabilidade", relatou, numa conferência no Brasil Futebol Expo.
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O técnico português refetiu também sobre o seu modo de treinar, apontando que, em solo brasileiro, por vezes transmite uma ideia errada acerca das suas prioridades, por causa das condições a que é sujeito, nomeadamente em termos de calendário e plantel.
"Pareço mais um treinador resultadista do que um treinador virado para o que mais amo no futebol, que é a estética, o jogo bem jogado. No Brasil não consegui. Não consegui porque tenho um calendário absurdo, um plantel que não é jovem e que não tem a capacidade de responder de três em três dias. Aparecem lesões a que não estava habituado, com viagens atrás de viagens, que nos obrigam a não ter quase oportunidade de treinar", reclamou, acrescentando que só consegue colocar a equipa a jogar como deseja se estiver totalmente recuperada do jogo anterior.
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"Sinceramente, no Brasil não fui, nem de longe nem de perto, o treinador que já consegui ser noutras ocasiões. Aqui o grande desafio é: hoje jogamos com uma equipa que vai nos colocar muitas dificuldades porque tem um jogo com determinadas características e precisamos em dois dias nos adaptar e esquecer o que fizemos no jogo anterior, preparar o jogo seguinte", considerou, dando a entender que a sua aventura no Brasil não deverá durar muito mais do que a duração do seu contrato, que expira em dezembro.