"Vitinha foi de longe o melhor jogador deste arranque de época, é um êxito completo"
José Barroso, jornalista do L" Équipe, assume a O JOGO que, no início, "havia dúvidas" sobre um jovem que custou mais de 40 M€. Dos quatro lusos, o ex-FC Porto é o mais em foco, pelo que faz e deixa fazer Messi e companhia.
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O Benfica visita esta terça-feira o Paris Saint-Germain, a equipa francesa mais portuguesa da atualidade, com quatro elementos (Nuno Mendes, Danilo, Vitinha e Renato Sanches) nos seus quadros, batendo o Lille, esta época com três jogadores lusos (José Fonte, Tiago Djaló e André Gomes).
Num país de forte marca migratória portuguesa é com naturalidade que ontem já se sentisse um pouco do frenesim pré-jogo, como O JOGO testemunhou a meio da tarde nas imediações do Parque dos Príncipes, onde adeptos e muitos jornalistas estiveram.
Falámos com um deles, José Barroso, do "L" Équipe", sobre este PSG mais "à portuguesa", nomeadamente da chegada esta temporada de Renato Sanches e de Vitinha. O peso do ex-FC Porto é notório, garante.
"Com Galtier, foi tomado um caminho e esta é uma equipa que dá prazer ver jogar, está bem melhor do que na época passada. Quando Vitinha chegou, achávamos que precisaria de tempo para se adaptar à forma de jogar da equipa mas, na verdade, foi de longe o melhor jogador deste arranque de temporada. Trouxe coisas à equipa que ela não tinha e que nem Verratti dá: está sempre em movimento e a propor soluções aos colegas. Vitinha liga os setores, facilita processos e permite que Messi e Neymar não tenham de recuar tantas vezes e não se desgastem. É precioso", aponta Barroso.
E acrescenta: "Quando chegam jogadores como Neymar ou Messi a um clube como o PSG, nunca há dúvidas de que terão sucesso mas, com jovens como Vitinha, há sempre uma dúvida pois já houve muitas situações de inadaptação e fracasso. Mas Vitinha tornou-se num êxito completo."
O jovem médio já tem, até, direito à sua imagem na fachada do estádio, bem junto a Danilo e às outras figuras de topo do plantel gaulês.
Adeptos entusiasmados com a "legião" portuguesa
De resto, o ex-FC Porto também parece já ter convencido os adeptos. António Rodrigues vive em Paris há dez anos e, mesmo sendo benfiquista, também aplaude Vitinha.
"É um grande jogador, dá equilíbrios. Mas espero que amanhã [hoje] não esteja no seu melhor", atira a O JOGO este adepto que gostava de poder ver "Renato Sanches nesta partida" e que admite estar "muito feliz por ter tantos portugueses" a jogar no seu segundo clube, o PSG. Fã do jogador formado no Benfica é o filho de António, que acompanha o pai. "É fantástico quando corre com a bola e remata. Vai marcar muitos golos", acredita Tiago, de 12 anos.
Certo é que o médio ainda não brilhou em pleno aqui em Paris. "Pode ser um jogador de topo mas nem sempre consegue jogar todos os minutos devido a lesões", frisa o jornalista José Barroso, que também elogia "Nuno Mendes que está muito melhor num sistema de três defesas, mais livre em campo". O lateral falhará este jogo pois lesionou-se na Luz.
"O segredo é acreditar nas minhas capacidades"
Mas voltemos a Vitinha e demos agora a palavra ao... próprio. "Estou a sentir que tenho feito um bom início de época, com muito trabalho e a ajuda de todos os colegas. Quero prolongar isso", disse o médio na conferência de Imprensa ontem em Paris. Questionado sobre os seus 22 anos, o médio rejeitou que tal seja desculpa para o que for: "Temos de falar menos das idades; se se mostra rendimento, deve-se jogar. O segredo é o trabalho e acreditar nas minhas capacidades, acreditar que era capaz de jogar no FC Porto e, agora, no PSG."
A maior experiência de outros não é, pois, sinónimo de tranquilidade: "Isso vem do último jogo [Stade Reims], pelas confusões e a expulsão do Sergio Ramos. É algo mais dos jogadores do que as idades, não tem a ver com pressão mas sim a frustração de não ganhar."
Após o empate na Luz, Vitinha promete mais e melhor hoje. "Não saímos com o resultado esperado da Luz mas fizemos um bom jogo contra um adversário muito bom. Faltou-nos marcar nas oportunidades criadas e forçar o Benfica a fazer menos. O Benfica não vai mudar o perfil, vai ser agressivo e pressionante mas estamos preparados para responder melhor do que na Luz", prometeu o camisola 17 da equipa francesa.
Sobre a importância de Mbappé, confessou ser "um privilégio" jogar ao lado de colegas como ele" e assegurou que a equipa "tudo fará para não se sentir a falta de Messi".