EXCLUSIVO >> Este sábado é dia de Vitinha no jornal O JOGO. O médio da Seleção Nacional e do PSG aborda vários assuntos, com destaque para a seleção
Corpo do artigo
Foi já com a nova camisola principal da Seleção Nacional vestida que Vitinha falou com O JOGO, numa entrevista exclusiva em que traçou as metas de Portugal para o Mundial, que arranca a 20 de novebro, e abordou os desafios da preparação para a prova. A fama de "geração de ouro" não sobe à cabeça dos jogadores. Bem pelo contrário, garante o médio do PSG.
É com esta camisola que Portugal vai alcançar um feito inédito no Mundial?
-Espero que sim! Toda a gente gostava de dizer que isso vai acontecer. Mas não há certezas, há, isso sim, muita esperança de que vamos fazer um grande Mundial. A camisola é inovadora, nunca tinha visto um equipamento deste género. Faz o padrão da bandeira, foi uma ideia muito bem concretizada.
A cerca de dois meses do arranque da competição, o que passa na cabeça de um jogador que tem legítimas aspirações a estar lá?
-Estar presente no maior torneio de todos. Quando somos miúdos, vemos os Mundiais e sonhamos poder lá chegar. Quero ser um dos convocados, estou a fazer por isso e assim continuarei.
A concorrência no meio-campo é forte... Sente que tem lugar garantido?
-Longe de mim pensar isso. Ainda há pouco tempo fiz a estreia e, mesmo que já estivesse há muitos anos, teria de estar sempre no limite. É o que vou fazer, temos um meio-campo com muita qualidade. E não só: também na baliza, na defesa e no ataque. Temos muitas opções, um leque muito alargado e eu, como todos os outros, vou centrar-me no meu trabalho no clube, porque sei que é isso que me poderá levar à chamada do míster [Fernando Santos].
Qual é a meta de Portugal no Catar?
-Todos os jogadores querem deixar a melhor imagem possível do que é ser português. É isso que vamos tentar fazer, ir para o Mundial com esse espírito. Pensar jogo a jogo, entrar com tudo em todos eles e deixar a imagem de que somos um país com muito talento e capacidade. E fazer o melhor possível. Claro que queremos ganhar, chegar à final e levar o Mundial para Portugal, como nunca aconteceu, mas sabemos que é um longo caminho.
https://d3t5avr471xfwf.cloudfront.net/2022/09/oj_entrevistavitinhateaser2_20220916212611/hls/video.m3u8
Coloca a Seleção no lote de favoritos?
-Não diria que somos favoritos. É uma palavra muito forte. Acho que há seleções de muita qualidade e somos uma delas, mas não vou dizer somos favoritos. Coloco Portugal como um dos candidatos a vencer, mas há seleções muito fortes. Sabemos que somos fortes, que temos todas as condições para fazer um grande Mundial e chegar muito longe, mas prefiro que nos concentremos em nós próprios.
Sentem que esta é a fornada mais talentosa que Portugal alguma vez teve?
-Só podemos provar o talento de que tantas pessoas falam se realmente o aproveitarmos e tivermos resultados. Não nos chega dizer que temos uma seleção de talento, de enorme qualidade, se entrarmos em campo e não conseguirmos os resultados que ambicionamos. Não nos preocupamos em dizer se somos essa geração, mas sim em pensar no que temos de fazer em campo, na qualidade dos adversários, nos nossos pontos fortes... É isso que, no futuro, poderá dizer se a nossa geração foi a que teve mais talento. Mas não nos regemos por aí.
Quais os desafios de preparar um Mundial em novembro?
-Passa muito pelo tempo de preparação que, neste caso, não se tem antes de um torneio tão grande. Nós sabemos disso e os treinadores também. Vou preparar-me da melhor forma possível. Não temos muito tempo, mas já estamos entrosados, conhecemo-nos bem, sabemos o que fazer. Ter mais tempo seria melhor, mas de certeza que vamos fazer um grande trabalho até ao primeiro jogo.
Já começaram a estudar Gana, Uruguai e Coreia do Sul?
-Neste momento, temos Chéquia e Espanha pela frente [Liga das Nações], não vamos pensar já no Mundial, ainda que se torne um pouco inevitável. Sabemos que adversários vamos defrontar, que temos a eliminação de 2018 com o Uruguai um pouco atravessada e, quando chegar a hora, não tenho a menor dúvida de que os que forem chamados vão dar tudo o que têm. Podem esperar uma resposta capaz de Portugal.