Antigo central francês terminou a carreira aos 31 anos após ter sofrido uma lesão num joelho em agosto
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Raphael Varane, que viu uma lesão num joelho obrigá-lo a terminar a sua carreira de jogador, aos 31 anos e ao fim de apenas um jogo ao serviço do Como, da Serie A, admitiu esta sexta-feira que, mal se lesionou em agosto, num jogo da Taça de Itália contra a Sampdória, soube que era a sua despedida dos relvados.
"No início da minha última temporada no Manchester United, já dizia a mim mesmo que gostaria de ter terminado ali a minha carreira. Isso não aconteceu e o verão esteve cheio de acontecimentos. Estava à procura de algo especial e foi isso que encontrei no Como. Depois da pré-época, a minha família era para vir para Itália, mas quando me lesionei, soube de imediato que tudo tinha terminado", começou por assumir, numa entrevista ao jornal L´Equipe.
"Torci o joelho esquerdo e ter sido o esquerdo foi um forte sinal para mim, porque ele vem compensando o meu joelho direito desde 2013. Se o meu joelho esquerdo diz que está farto, tenho de escutá-lo. Nos últimos três anos, só me lesionei aí. O joelho direito voltou a ficar forte, mas menos móvil, e o esquerdo fazia tudo. Esta lesão enviou-me novamente para uma espiral e a balança entre o sacrifício e o prazer já não estava equilibrada", prosseguiu.
Apesar desse final abrupto da sua carreira, Varane não deixou de recordar a altura em que, com 18 anos, chegou ao Real Madrid, começando a sua evolução sob a tutela de nomes como Sergio Ramos e Pepe.
Nesse sentido, falou no gigante espanhol, onde conquistou todos os títulos possíveis entre 2011 e 2021, com destaque para quatro Ligas dos Campeões e três LaLigas, como um exemplo a seguir na elite do futebol.
"Fiz tudo um pouco mais rápido do que os demais. Tive a sorte de chegar a um clube que dá tempo aos jovens para aprender a um nível muito alto e amadurecer fisicamente. O que fizeram durante anos comigo, Valverde, Vinícius ou Rodrygo é excecional. Todos os grandes clubes deveriam copiar o Real Madrid", aconselhou.
De resto, o antigo central, campeão do Mundo por França em 2018, falou um pouco sobre o estilo de jogo, muitas vezes descrito como "elegante" mas também "frágil", em momentos negativos.
"Quando chego ali [à seleção], fecho a boca e aprendo a fazer o que seja necessário para render. Sou uma esponja. Levei anos a demonstrar que podia ser um defesa de alto nível sem ser um defesa antiquado ou que assedia. Eu tinha outro registo, era rápido. É um aspeto do meu jogo que tardou em ser valorizado na seleção francesa. Quando as coisas não corriam bem, eu era frágil, e quando iam bem, tinha classe", refletiu.