"Vão dizer-me que não sei o que é um dérbi? Já saí de um estádio num tanque de guerra"
Na semana passada, o Corinthians perdeu (3-0) com o rival Palmeiras. Vítor Pereira teve de fazer mexidas na equipa - vários jogadores ficaram doentes -, mas os adeptos não tiveram conhecimento disso e acusaram o treinador de não perceber o real peso de um dérbi no Brasil.
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No domingo, depois da vitória por 1-0 sobre o Fortaleza, a contar o campeonato brasileiro, Vítor Pereira, treinador do Corinthians, quis falar sobre a derrota por 3-0 no dérbi diante do Palmeiras, de Abel Ferreira. O português diz que foi acusado de não saber o que é um dérbi, visto ter "poupado" alguns jogadores frente ao Verdão, mas explicou que não teve opção.
"As pessoas dizem que eu não sei o que é um dérbi. Vocês sabem quantos dérbis eu já disputei na minha vida? Foram muitos. E em países em que matam, em que não nos deixam sair dos estádios... Já saí de um estádio num tanque de guerra, para ir até ao aeroporto, na Turquia [treinou o Fenerbahçe]. Vão dizer-me que não sei o que é um dérbi? Não brinquem comigo", atirou.
"Antes do Palmeiras, vários jogadores ficaram doentes, com dores, febre, dificuldades respiratórias. A ideia era defrontar o Palmeiras no máximo da nossa forma, mas chegou o dia e vários jogadores não puderam jogar. Mas criticam-me, sem saber das coisas", explicou, dizendo também que é inevitável haver alguma rotação.
"No jogo seguinte, para a Libertadores, contra o Boca Juniors, demos a resposta. Se tivéssemos jogado com a equipa titular frente ao Palmeiras, íamo-nos ter arrastado contra o Boca. Temos que ter consciência de que rodar a equipa é a única forma de manter o Corinthians competitivo em todas as competições. Temos de nos manter vivos e para isso é preciso haver rodízio [rotação]. O jogador é muito bom, mas se não tem gasolina [cansaço], vou fazer o quê?", apontou Vítor Pereira.
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