Um português no topo da Ligue 1: "Se o PSG se distrair podemos superá-los"
Mathias Pereira Lage garante que o Brest está preparado para fazer o mesmo que o Mónaco e o Lille já conseguiram (em 2017 e 2021) e roubar o título ao crónico campeão. Apesar do nulo em Nice, a equipa do antigo internacional sub-21 português segue no topo da classificação da Ligue 1, a par dos monegascos.
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O arranque do campeonato francês está a ser marcado pelo bom desempenho do Brest, onde atua o médio luso-francês Mathias Pereira Lage. O clube ocupa o segundo lugar da Ligue 1, em igualdade pontual (14) com o líder, o Mónaco.
Situada na região da Bretanha e com pouco mais de 140 mil habitantes, a cidade está ao lado da clube e os jogadores prometem retribuir o apoio que têm recebido.
Aos 26 anos, Lage vive um sonho, mas garante ter os "pés bem assentes na terra", até porque ainda estão no "início" de uma temporada longa.
O que mudou da época passada para a atual?
-Não mudámos quase nada. A equipa é a mesma, o treinador também ficou. Muitas vezes, dar continuidade a projetos resulta bem. Melhorámos muito defensivamente e estamos mais disciplinados a atacar. A confiança cresce a cada dia. Estamos no topo por mérito próprio. No entanto, ainda estamos no início e é preciso ter os pés bem assentes na terra.
Mas esse não era o objetivo inicial. Qual foi o segredo?
-Como disse, não há uma mudança propriamente dita. Admito que inicialmente o nosso objetivo era a manutenção mas com o passar das jornadas as pessoas vão pensado em algo mais ambicioso... É melhor nem falar muito para não dar azar [risos]. Respondendo diretamente à pergunta, não há segredos. O grupo é muito unido e todos puxam para o mesmo lado. Não há 12 ou 14 jogadores há 22 ou 24. O desempenho dos jogadores que fizeram parte do onze no anterior fim de semana não foi muito diferente do que fizeram outros jogadores esta última semana. A concorrência é muito grande e está sempre a crescer.
Tem 26 anos e não é titular indiscutível. Já pensou mudar de clube?
-Em algum momento na nossa carreira pensamos nisso, mas estou focado no Brest e estou comprometido com o projeto do clube. Vamos ver como serão as coisas no futuro... Regressei agora de lesão e vou lutar por um lugar na equipa, respeitando sempre as opções do treinador.
Sente-se prejudicado por atuar em várias posições?
-Não diria prejudicado porque o que eu quero é jogar. No entanto, quando atuo na minha posição [extremo ou avançado] sinto-me mais confortável. Penso que tudo se torna mais simples para quem tem uma posição mais fixa. Tenho mais um ano e meio de contrato com o Brest e quero seguir aqui.
Já teve contactos de Portugal?
-Houve algumas abordagens mas nada de concreto.
Falou-se em que clubes?
-Não é relevante falar sobre isso agora.
Mas gostava de jogar em Portugal?
-Claro, quem não gostaria? Mas sei que é complicado jogar num Benfica ou FC Porto. Talvez num Braga ou num Vitória de Guimarães, que também são clubes importantes.
Tem alguma referência no mundo do futebol?
-Quando era mais jovem, olhava muito para o Deco, o Figo, o Quaresma... Mas a minha grande referência era mesmo o Cristiano Ronaldo.
Já jogou várias vezes contra os jogadores portugueses que estão no PSG. Como foram esses jogos?
-Muito interessantes. Sabemos que eles têm uma equipa fantástica, aliás, são sempre os principais candidatos a ganhar títulos, mas nós acreditamos que podemos derrotá-los. Aconteceu com o Mónaco há uns anos (2017) e com o Lille, mais recentemente (2021). Podemos ser uma cópia deles. Sabemos que no papel são os mais fortes, mas eles também têm outros compromissos como, por exemplo, a Champions e se se distraírem muito com essas competições nós podemos superá-los.
Trocou de camisola com alguns dos jogadores portugueses do PSG?
-Sim, com o Danilo e com o Renato Sanches.
"Foi uma das melhores experiências da minha vida"
Hoje com 26 anos, Mathias Pereira Lage chegou a ser chamado por Rui Jorge para representar a Seleção Nacional Sub-21, pela qual chegou a disputar três jogos no ano de 2018. Algo que o jogador do Brest não esquece e lhe deixou boas recordações. "Foi fantástico. Joguei com o João Félix, Diogo Jota, Rafael Leão, Eustáquio, entre outros. Foi uma das melhores experiências da minha vida e guardo boas memórias dessa altura", lembrou a O JOGO.