Pedro Martins trabalhou com Ederson e Raphinha na carreira e vê com satisfação a evolução de ambos
Corpo do artigo
Atualmente ao serviço do Al Gharafa, do Catar, Pedro Martins concedeu uma entrevista à Sky Sports, na qual falou de Ederson e Raphinha, dois craques que orientou na carreira, respetivamente no Rio Ave e Vitória de Guimarães.
"Lembro-me de que havia um pontapé de baliza contra o Benfica e eles estavam a tentar pressionar-nos. A defesa deles estava a pressionar alto, por isso a nossa estratégia foi colocar o avançado muito longe da linha defensiva, porque não há fora de jogo. Ninguém esperava que o Ederson pudesse colocar a bola ali, mas ele fê-lo e nós marcámos", recordou o técnico de 54 anos.
"Depois disso, o Benfica mudou o seu jogo porque não podia pressionar como esperava. Foi muito bom para nós. Criámos-lhes muitos problemas através de uma bola do Ederson. Mostrou que este é o tipo de guarda-redes que pode mudar o jogo. As grandes equipas esperavam por este tipo de guarda-redes, alguém que não tem medo de deixar a área, que pode controlar as situações e resolver muitos problemas", vincou.
Sobre Raphinha, não demorou muito a ficar encantado com o avançado brasileiro. "Estava na equipa B e quando o vi disse: 'Este vai ficar comigo'", contou sobre o jogador do Barcelona. "Ele tinha um grande potencial e tínhamos a certeza de que poderíamos vendê-lo a um dos grandes clubes portugueses. Raphinha era diferente. Este tipo de jogadores mudam totalmente o jogo porque fazem as coisas de forma diferente. Por vezes, podem criar caos no jogo. A minha dúvida era se ele melhoraria e desenvolveria o seu jogo coletivo ou continuaria a ser este jogador anárquico", prosseguiu.
Raphinha passou depois pelo Sporting, Rennes e Leeds, antes de chegar à Catalunha. "O jogo dele será sempre anárquico, mas precisas dessa anarquia numa equipa. Este tipo de fogo não se pode apagar. É melhor jogar um pouco mais para a equipa, mas não podemos tirar isto deles", rematou.