Cristiano Ronaldo protagonizou a transferência mais mediática do verão, mas não a mais cara.
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Cristiano Ronaldo protagonizou com a Juventus a transferência mais mediática do mercado de verão, que encerrou esta sexta-feira e voltou a ser fortemente dominado pela Premier League inglesa, com nove das 20 contratações mais caras.
Aos 33 anos, e após nove épocas no Real Madrid, o capitão da seleção portuguesa rumou à Juventus. O negócio atingiu a fasquia dos 117 milhões de euros e foi a segunda operação mais cara do defeso - a seguir à vinculação definitiva de Kylian Mbappé ao Paris Saint-Germain (135 milhões) -, conseguindo, assim, superar os 94 milhões de euros que o clube espanhol pagou ao Manchester United, em 2009.
A mudança para Itália do avançado luso foi a expressão maior do desejo de uma era de "renascimento" da Serie A, uma nova era em que a Juventus deu o mote, ao ser - juntamente com o Liverpool - o único clube a registar três das 20 contratações mais caras. O heptacampeão italiano pagou também 40 milhões por João Cancelo e outros 40 por Douglas Costa, gastando mais de 250 milhões de euros neste mercado.
Apesar do inusitado protagonismo do emblema italiano, cumpriu-se a tradição da Liga inglesa na janela de transferências. Os milhões continuam a não faltar aos principais clubes ingleses, com destaque neste verão para Liverpool e Chelsea, ambos a gastarem mais de 100 milhões e a ultrapassarem por uma enorme margem os rivais de Manchester, o Arsenal e o Tottenham, que teve a particularidade de não ter registado qualquer novo elemento na equipa.
O peso de Inglaterra ficou ainda assim aquém de anos anteriores pela alteração introduzida este ano de fechar o período de contratações até ao arranque do campeonato, no passado dia 10 de agosto, inviabilizando assim quase três semanas de atividade em relação a outros campeonatos, como o alemão e o francês.
Em França foi mesmo fixado o maior negócio do defeso, que, na verdade, já dizia respeito ao ano anterior: Mbappé assinou em definitivo pelo Paris Saint-Germain, por 135 milhões, depois de ter cumprido um bem-sucedido ano de empréstimo pelo Mónaco, de Leonardo Jardim. Agora sob a liderança do alemão Thomas Tuchel, os parisienses atacaram uma vez mais em força este período, com mais de 170 milhões investidos.
Em Espanha, o Real Madrid foi o clube que mais investiu - mais de 100 milhões -, embora sem nomes tão "galáticos" como outrora. Sem contar com o guarda-redes belga Courtois, que chegou do Chelsea por 35 milhões, vieram também Vinícius Júnior (45), Odriozola (30) ou Mariano (21,5), este último eleito o sucessor de Cristiano Ronaldo, ao herdar a histórica camisola sete.
Paralelamente, o Barcelona não se deixou ficar para trás, recrutando Malcolm, Lenglet, Arthur e Arturo Vidal neste verão. Todavia, a maior aquisição de um jogador pertenceu ao Atlético de Madrid, que foi buscar Lemar ao Mónaco por 70 milhões de euros.
Por fim, a Alemanha, onde o Bayern dita a sua lei de campeão, viveu um mercado muito pacato. A exceção na contenção germânica passou somente pelo Borussia Dortmund, com cerca de 75 milhões aplicados em reforços, sobressaindo o nome do antigo médio benfiquista Axel Witsel. Apesar disso, os clubes alemães afirmaram-se mais como exportadores de talento, fornecendo três dos vinte jogadores mais dispendiosos do verão.
Com o fim deste mercado, em que três portugueses - Ronaldo, Cancelo e Gonçalo Guedes - figuraram entre os mais caros, os clubes poderão continuar a inscrever jogadores que estejam livres de contrato com qualquer outro clube. O período de contratações regressa agora apenas em janeiro, com o mercado de inverno.