UEFA introduz redução progressiva de gastos com salários e transferências
Razão pela qual a aplicação dos novos regulamentos se fará de forma continuada resulta do facto de contratos em vigor apresentarem prazo médio de cerca de três anos
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A UEFA aprovou os Regulamentos de Licenciamento de Clubes e Sustentabilidade Financeira que estipulam o controlo mais rigoroso dos gastos dos emblemas com salários e transferências, começando essa limitação nos 90 por cento do total de receitas de cada clube ou sociedade desportiva envolvida em provas do organismo.
Esse limite financeiro chegará aos 70 por cento em três épocas desportivas, um período de transição no qual será feita uma redação de 10 por cento por cada temporada. Mas havia uma outra indexação no anterior regime, que também previa o mesmo limite: a regra do break-even (não gastar mais do que as receitas anuais), que deixa de existir.
O novo quadro regulamentar, noticiado antecipadamente por O JOGO, que será aplicado, então, de forma gradual, foi aprovado pelo Comité Executivo da UEFA e visa contribuir para a estabilidade financeira das equipas.
"A maior inovação no novo regulamento será a introdução de uma regra de custo do plantel para permitir melhor controlo de custos em relação aos salários dos jogadores e aos custos de transferência", explicou o presidente da UEFA, Aleksander Ceferin.
O objetivo do designado fair-play financeiro passa por limitar, em três anos, gastos com salários, transferências e taxas de empresários a 70% das receitas dos clubes, através de avaliações periódicas. A UEFA adverte que "as infrações resultarão em punições financeiras e desportivas predefinidas".
A razão pela qual a aplicação dos novos regulamentos se fará de forma progressiva resulta do facto de os contratos em vigor apresentarem um prazo médio de cerca de três anos, obrigando a que a limitação de despesas se situe em 90% na época 2023/24 e de 80% em 2024/25.
Ceferin assinalou que, apesar de as primeiras formas de regulação financeira, introduzidas em 2010, tenham cumprido o propósito para que foram criadas, "a evolução da indústria do futebol e os efeitos financeiros da pandemia de covid-19 tornaram evidente a necessidade de uma reforma integral", alicerçada em três pilares: solvabilidade, estabilidade e controlo de custos.
A nova regra que impõe a inexistência de dívidas a outros clubes, funcionários, autoridades e à própria UEFA será efetuada através de controlos trimestrais, com "menos tolerância relativamente a atrasos nos pagamentos", a fim de proporcionar melhor proteção aos credores.
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Não obstante os novos requisitos terem aumentado o "desvio aceitável" de 30 para 60 milhões de euros em três anos, os requisitos para garantir o valor justo das transações, melhorar o balanço financeiro dos clubes e reduzir dívidas foram significativamente reforçados.
"Estou muito satisfeito com o apoio de todas as partes, ligas, clubes e membros do Comité Executivo. Estes regulamentos vão ajudar-nos a proteger o futebol e prepará-lo para impactos futuros, enquanto fomentam o investimento racional e constroem um futuro sustentável", observou Ceferin.
ATUALIZADA ÀS 16H28.