UEFA critica plano da FIFA para Mundial de dois em dois anos e aponta riscos
A UEFA emitiu um comunicado esta quarta-feira
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A UEFA revela-se bastante crítica do plano da FIFA de realizar Campeonatos do Mundo de dois em dois anos e aponta mesmo uma série de perigos que resulta da proposta do organismo mundial. E ao mesmo tempo estranha que o plano seja público antes de qualquer reunião com a entidade que dirige o futebol na Europa.
"A UEFA está dececionada com a metodologia adoptada, que até agora levou a que projectos de reforma radical fossem comunicados e abertamente promovidos antes de ter sido dada, juntamente com outras partes interessadas, a oportunidade de participar em qualquer discussão", pode ler-se no comunicado revelado esta quarta-feira. "A UEFA é de opinião que o futuro do calendário internacional deveria ser objecto de consulta e intercâmbio genuínos entre a FIFA, as confederações e os principais interessados nas competições, dando início a uma discussão aberta sobre os problemas sentidos e considerando uma série de soluções que identificadas no decurso do debate, tendo em conta o interesse do futebol e o ponto de vista legítimo das diferentes partes", pode ler-se.
O organismo europeu aponta ainda uma série de "perigos reais" que resultarão da alteração da periocidade dos Mundiais de futebol:
- a diluição do valor do evento futebolístico mundial, cuja ocorrência quadrienal lhe confere uma mística com a qual gerações de adeptos têm crescido;
- a diminuição das oportunidades desportivas para as seleções mais fracas, por via da substituição de jogos regulares por torneios finais;
- o risco para os jogadores, forçados a participar todos os anos em competições de alta intensidade no verão, em vez de pausas de recuperação mais longas em anos alternados;
- o risco para o futuro dos torneios femininos, privados de vagas exclusivas e ensombrados pela proximidade de eventos masculinos de topo.
"Estas são apenas algumas das sérias preocupações que a proposta da FIFA provoca à primeira vista e não podem ser dissipadas simplesmente com slogans promocionais não fundamentados sobre os supostos benefícios de um calendário mais espesso", conclui a organização presidida por Aleksander Čeferin.