Tudo sobre a rescisão de Jesus, sem esquecer a questão dos milhões se voltar a Portugal
Técnico tinha ligação aos sauditas até junho, deixa a equipa na liderança e falha reencontro com Rui Vitória. Se voltar a trabalhar em Portugal este ano, verá taxados 50 por cento dos ganhos em IRS.
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Fim de linha para Jorge Jesus no Al-Hilal. Este cenário já estava em cima da mesa há algumas semanas e ontem, após duas reuniões entre os responsáveis do emblema da Arábia Saudita e o treinador português, confirmou-se o divórcio, oficializado na conta de Twitter do clube já durante a noite. Jorge Jesus partiu para a aventura no Médio Oriente no último verão e meio ano depois, sensivelmente, está de regresso a Portugal, deixando a equipa no primeiro lugar do campeonato, com mais três pontos do que o Al-Nassr, clube orientado por Rui Vitória, com quem fica para já adiado o reencontro.
Embora idolatrado pelos adeptos, a Direção do Al-Hilal não aceitou o facto de o técnico não ter renovado o contrato por mais dois anos ou, no mínimo, até ao final de 2019, a fim de orientar a equipa na Champions Asiática, que se inicia em fevereiro. Perante a recusa de Jesus - que tinha à sua frente um contrato de dez milhões de euros ano/limpos -, a Direção do clube decidiu pôr um ponto final na relação com o antigo técnico de Benfica e Sporting. Aliás, no comunicado ontem divulgado, o Al-Hilal agradeceu ao técnico o trabalho realizado e sublinhou que "a indisponibilidade (...) para continuar a carreira no clube na próxima temporada e que inclui a participação na próxima Champions Asiática" foi determinante para a decisão tomada.
O corte laboral não deixará Jorge Jesus de bolsos vazios, longe disso. O Al-Hilal irá assumir a sua parte, pagando ao treinador cerca de meio milhão de euros adicionais.
Jorge Jesus, recorde-se, auferia sete milhões de euros limpos no clube saudita, mas essa verba sofrerá um corte profundo se durante o ano vigente o treinador trabalhar em Portugal. Se ainda em 2019 der continuidade à carreira no nosso país, terá de deixar nos cofres do Estado cerca de 50 por cento do montante ganho até ao momento em sede de IRS, pelo que é bem provável que se mantenha longe dos relvados em Portugal pelo menos até 31 de dezembro de 2019.