Três dos 43 adeptos russos detidos em França, no âmbito da investigação aos incidentes no Rússia-Inglaterra (1-1), do Euro'2016 de futebol, irão esta quinta-feira a julgamento, revelou à agência AFP a acusação.
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Outros 20 adeptos serão expulsos de território francês, sem que enfrentem acusações e os restantes 20 serão libertados.
Os três russos enfrentam em tribunal acusações de violência, as mesmas de que foram acusados dez britânicos, franceses e austríacos, que foram punidos na segunda-feira com penas até um ano de prisão, disse o procurador Brice Robin.
Sobre os adeptos russos recaem acusações de "participação consciente em ação em grupo" com o objetivo de preparar "violência deliberada contra pessoas", o que pode levar a um ano de prisão e uma multa de 15.000 euros.
A detenção destes adeptos na quarta-feira levou o ministério dos Negócios Estrangeiros russo a chamar o embaixador de França em Moscovo, Jean-Maurice Ripert, advertindo-o contra um "agravamento" das relações franco-russas.
O chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, tinha condenado pouco antes a detenção "absolutamente inadmissível" dos adeptos russos após os confrontos do fim de semana em Marselha.
Entretanto, o presidente da associação de adeptos russos, Alexandre Chpryguine, próximo de um deputado ultranacionalista russo, deverá ser expulso de França.
Shprygin tem tido o apoio do Kremlin. É conhecido bom relacionamento que mantém com o presidente russo, Vladimir Putin, e as suas posições de extrema-direita são públicas. Shprygin já foi fotografado a fazer a saudação nazi.
Chpryguine foi transferido, juntamente com 19 outros adeptos, para um centro de detenção, revelou em comunicado a associação de adeptos russos.
"Ele faz parte dos russos que vão ser expulsos", confirmou à AFP fonte ligada à investigação.
Já hoje o ministro do interior francês revelou que desde o início do Euro'2016 foram detidos 323 adeptos, dos quais 196 ficaram sob custódia.
"Dessas detenções, 196 ficaram sob custódia, oito foram condenadas a prisão efetiva e três tiveram penas suspensas", disse o gabinete do ministro em comunicado.