No dia da estreia de Ronaldo, o técnico soube da sua demissão no Twitter do Al Tai, que anunciou o sucessor sem rescindir com o luso.
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Colocado nas bocas do mundo com a surpreendente chegada de Cristiano Ronaldo ao Al Nassr, o campeonato da Arábia Saudita tem vivido os dias de maior mediatismo da sua história, mas nem tudo o que reluz é ouro e Pepa foi a mais recente vítima do amadorismo que reina nas Direções de alguns dos clubes que disputam o primeiro escalão saudita.
Entre contratos milionários e ofertas irrecusáveis a federações estrangeiras para deslocarem as suas provas, os clubes do país estão na lista negra dos salários em atraso e das dívidas a outras equipas.
Horas depois do país ter parado para assistir aos primeiros toques na bola de CR7 com a camisola do Al Nassr, o comandante do Al Tai soube do seu despedimento através das redes sociais do clube, que lhe deixou uma mensagem de agradecimento pelo trabalho realizado sem acionar a rescisão unilateral de contrato com o treinador português. Sem perder tempo, o Al Tai anunciou ontem a contratação do romeno Mirel Radoi como sucessor de Pepa, embora este, segundo O JOGO apurou, continue sem receber qualquer contato oficial por parte da Direção do clube saudita. Contratado no início da temporada, o português tinha como objetivo a manutenção no primeiro escalão e deixou a equipa num confortável nono lugar, embora a relação entre as partes já estivesse deteriorada pela ausência dos reforços prometidos para a segunda metade da época.
Segundo a Imprensa saudita, a dificuldade do Al Tai em atacar o mercado está relacionado com as dívidas a outros clubes relativas a transferências de jogadores. Este é, aliás, um problema de base no futebol saudita e nem os gigantes Al Nassr e Al Hilal escapam. Recentemente, o novo clube de Ronaldo foi impedido pela FIFA de inscrever jogadores devido a um atraso no pagamento ao Corinthians pelo médio Giuliano, problema solucionado a tempo de registar o reforço "galático" com a alegada ajuda dos fundos aparentemente ilimitados da família real saudita, que também alimentam a deslocação de torneios europeus - como aconteceu recentemente com as Supertaças de Espanha e de Itália - para Riade.
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Refira-se que o campeonato saudita também está na lista negra da FIFPRO (sindicato internacional de jogadores de futebol) pela proliferação de salários em atraso. De acordo com um relatório publicado recentemente pelo organismo, a liga que conta com três jogadores portugueses, além dos treinadores Nuno Espírito Santo e Pedro Emanuel, é uma das piores a esse nível na companhia das primeiras divisões da Argélia, da China, da Líbia, da Roménia e da Turquia, bem como da segunda divisão da Grécia. Sinais de que nem tudo está bem na competição que ambiciona ser a "casa" de Ronaldo e Messi - cortejado por Al Hilal e Al Ittihad - nos próximos anos.
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