Gary Caldwell treina o Exeter City na terceira divisão inglesa e foi expulso por protestos contra o Lincoln, após ter visto um golo da sua equipa ser anulado por mão na bola. O técnico garante que só viu cartão vermelho pela "agressividade" do seu sotaque
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Gary Caldwell, treinador do Exeter City, foi expulso na semana passada num jogo frente ao Lincoln (0-0), na terceira divisão inglesa, e garante que só viu esse cartão vermelho por causa do seu... sotaque escocês.
Em declarações à BBC, o técnico escocês de 42 anos, que foi expulso após protestar com o quarto árbitro, na sequência de um golo anulado à sua equipa por mão na bola, argumentou que não merecia uma sanção tão pesada, atribuindo-a à “agressividade” do seu sotaque.
“Eu obviamente dirigi-me ao quarto árbitro, que está 20 metros ao lado, por isso, não há forma de comunicar com ele sem sair da minha área técnica. Eu não corri e ele disse que eu fui agressivo, mas as pessoas que me conhecem sabem que tenho um sotaque escocês”, começou por dizer, acrescentando que a sua mulher Jen também se queixa regularmente de que o seu sotaque muitas vezes lhe dá uma ideia errada de agressividade, sem que Caldwell se aperceba.
“A Jen reclama a toda a hora do quão agressivo estou a ser para ela, para os miúdos, para o cão... Eu acho que é o sotaque escocês, parece muitas vezes agressivo, mas juro que não corri e, na minha opinião, não fui agressivo. O meu sotaque e o facto de ser escocês são algo agressivo, fui expulso por causa disso”, lamentou.
Esta é a segunda vez que o técnico do Exeter é expulso na presente temporada, depois de ter recebido uma suspensão de dois jogos e uma multa de mais três mil euros por esse motivo, em janeiro. Nesse sentido, Caldwell considerou que a sua paixão pelo futebol está a ser confundida pelos árbitros ingleses com agressividade ou falta de respeito.
“Penso que estamos a ganhar uma reputação de sermos indisciplinados quando apenas acho que somos apaixonados e queremos o melhor para nosso clube. Não acho que o estejamos a receber e estou a pagar o preço. Provavelmente tenho de olhar para isto e tentar mudar o meu sotaque, tornando-se um pouco mais ‘inglês’. Obviamente não posso falar com o meu sotaque, porque parece muito agressivo, por isso, tenho de olhar para isso e aceitá-lo, porque isto não pode continuar a acontecer. Mas, desta vez, sinto genuinamente que foi muito duro. Um cartão amarelo teria sido mais do que suficiente”, finalizou.