Joaquín Caparrós anunciou a doença no final do jogo de domingo, mas não quer regressar ao tema e vai continuar a trabalhar.
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Terminada a partida com o Valhadolid, o treinador do Sevilha, Joaquín Caparrós, de 63 anos, surpreendeu os presentes com a declaração de que padecia de uma doença grave. Fez um trocadilho engraçado ao falar de glóbulos vermelhos e glóbulos brancos aludindo às cores do clube. A seguir, tanto disse que não precisa de tratamento como anunciou que vai dar luta à doença. "Sabeis que me ferve o sangue vermelho, mas o branco ficou ferido e tive de o equilibrar. Tenho uma leucemia crónica que não me impede de exercer a minha profissão. Apanharam-me a tempo. Faço a minha vida normal e tenho de agradecer a todos os jogadores."
José Castro, presidente do Sevilha, e Monchi, diretor-geral, acompanharam Caparrós durante o anúncio, na zona mista do estádio do Valhadolid. "Não necessito de nenhum tipo de tratamento e quero desfrutar da oportunidade que o Sevilha me está a dar de voltar a treinar o meu clube. Faço hoje esta declaração, mas não vou voltar a falar do tema, quero que toda a gente fique tranquila. Desejo transmitir tranquilidade às pessoas que me querem bem, e dizer-lhes que vou dar muita luta."
Logo após ser conhecida a notícia foram muitas as manifestações de apoio e solidariedade. Uma das mais tocantes para o técnico terá sido a do rival Bétis, também de Sevilha, com quem Caparrós manteve sempre uma relação tensa. Os béticos desejaram-lhe "toda a força para superar a doença".
Há pouco mais de um ano, em novembro de 2017, o argentino Eduardo Berizzo, que também treinava o Sevilha, anunciou que tinha cancro na próstata. Também ele continuou a trabalhar, mas poucas semanas depois acabou por ser despedido devido aos maus resultados.
Joaquín Caparrós, que havia encerrado a carreira de treinador em 2017, foi chamado a comandar em finais de abril de 2018. Em 12 pontos possíveis, conquistou dez e assumiu o cargo de diretor desportivo. A 15 de março deste ano, o técnico Pablo Machín foi despedido, Caparrós regressou ao banco e Monchi, saído da Roma, tornou-se o novo diretor-geral.