Treinador do Lyon: "Retirar os adeptos do estádio não vai resolver o problema"
O autocarro do Lyon foi apedrejado na chegada ao estádio do Marselha, no domingo, resultando no ferimento de vários elementos, incluindo o treinador Fabio Grosso, e no adiamento da partida
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Fabio Grosso, treinador do Lyon, comentou esta sexta-feira o apedrejamento que o autocarro da equipa foi alvo na semana passada, na chegada ao estádio do Marselha, e que resultou no ferimento de vários elementos, consigo incluído.
Grosso precisou de assistência médica para retirar pedaços de vidro do rosto, tendo levado 13 pontos numa altura em que sofria de tonturas, para além de ter a vista afetada. De resto, pelo menos três autocarros com adeptos do Lyon também foram alvos de ataques similares, que provocaram vários feridos.
"Ficámos desiludidos, zangados e perturbados, domingo foi um dia muito triste para o desporto. Não se pode pôr em risco a vida das pessoas por causa de desporto. Eu não sou o mais importante, éramos 40 no autocarro, podia ter sido qualquer outra pessoa e havia também os autocarros dos adeptos", começou por salientar, em conferência de imprensa.
"Temos de pôr as coisas em perspetiva. Estou muito atento às decisões que vão ser tomadas, mas em relação ao que estou a ver, não sei... Espero que não fiquemos à espera que aconteça algo pior. Tenho a impressão de que passámos por um sítio onde não devíamos ter passado. Na viagem de ida, tínhamos duas motas e dois carros como escolta. No regresso, tínhamos quatro carros e 20 motas. Porquê fazer as coisas depois?", questionou, refletindo sobre as medidas que a Liga francesa deve tomar para evitar que a situação se repita no futuro.
"Gostava que a minha cara não tivesse dado a volta ao mundo. Na verdade, gostava que nenhuma cara o tivesse feito. Isso nunca deve acontecer. Passámos por um sítio onde havia muitas pedras na berma da estrada por causa das obras, e isso não é normal. Retirar os adeptos do estádio não vai resolver o problema. É melhorando a segurança", acrescentou.
Questionado sobre o seu estado físico, o técnico italiano garantiu estar bem e fixou a mira no próximo jogo da equipa, que será uma receção ao Metz, na 11.ª jornada da Ligue 1.
"No início da semana, estava fisicamente fraco. Mas por dentro sou um vulcão. Disse aos meus jogadores que temos de falar de desporto. Precisamos de mostrar o nosso espírito de equipa e começar a somar pontos no domingo contra o Metz se quisermos subir na tabela. Se mostrámos coesão no balneário no domingo passado em Marselha, temos de ser capazes de fazer o mesmo em campo. E se fizermos isso, venceremos", afiançou.
Em jeito de conclusão, Grosso condenou ainda os relatos de gestos realizados por parte de ultras do Lyon dentro do estádio do Marselha, com vários adeptos a terem sido apanhados a fazer saudações nazis e a imitar macacos, na direção dos adeptos rivais: "Não é uma coisa bonita e não deve voltar a acontecer".
O Lyon, atual último classificado da Ligue 1, com três pontos, recebe o Metz (antepenúltimo, com nove) no domingo, às 12h00, em jogo da 11.ª jornada do campeonato francês.