Transplante salvou vida de ex-internacional inglês: "Estava amarelo como o Bart Simpson"
Kieron Dyer sofria de uma doença rara que apenas foi curada graças a um transplante de fígado
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Aos 44 anos, Kieron Dyer, antigo internacional inglês que passou por clubes como o Newcastle e o West Ham na carreira, viu a sua vida ser salva por um transplante de fígado em setembro, depois de ter sofrido uma lesão rara chamada colangite esclerosante primária.
Em entrevista ao Daily Mail, o antigo médio e atual treinador-adjunto do Chesterfield, da quinta divisão inglesa, admitiu que ainda não aceitou a forma como sobreviveu à doença, tendo em conta que o dador teve de morrer para que pudesse receber o seu fígado.
“É um pensamento muito avassalador. Se calhar, 99% da população só tem uma oportunidade na vida e a mim foram-me dadas duas. A razão pela qual me foram dadas duas oportunidades é porque alguém morreu. Ter essa responsabilidade e o fardo de fazer justiça a essa pessoa é... ainda não consigo aceitar. Há dias em que choro. Fico contente, não estou triste. Mas é um pensamento tão forte que alguém tem de morrer”, desabafou.
"Como é que eu retribuo o gesto? A primeira coisa é certificar-me de que nunca ponho o meu fígado em risco. Eu não era alcoólico, por isso haverá uma altura em que poderei beber álcool se quiser, com moderação, mas nunca o farei. Nunca poria o meu fígado em risco. Nunca consumi drogas e continuarei a não o fazer. Vou tentar viver cada dia ao máximo e tentar não desperdiçar um único dia. Agora tenho uma visão muito mais positiva da vida. É pena que tenha sido preciso a tragédia de outra pessoa para eu ver isso", prosseguiu.
Admitindo que “estava amarelo como o Bart Simpson” antes de ser submetido à cirurgia, Dyer agradeceu o apoio que recebeu enquanto esteve no hospital, deixando uma palavra de apreço pelo “Rolls Royce de fígado” que lhe permitiu “fintar” a morte.
“Estive no hospital mais de três meses e quatro pessoas tinham de vir ver-me todos os dias. Sempre pensei que era o inimigo público número um e que era odiado, mas quando as coisas se tornaram reais descobri que muitas pessoas se preocupavam comigo”, completou.