Transmissões exclusivas e 60 milhões extra para dois clubes: o contrato da Superliga
Detalhes do vínculo, assinado pelos 12 clubes fundadores do campeonato restrito e elitista, foram recentemente divulgados pelo Der Spiegel
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Um excerto do contrato de criação da Superliga Europeia (relativo a transmissões e a prémios), que recebeu a validação dos 12 clubes fundadores do campeonato elitista, foi divulgado, esta sexta-feira, pela revista alemã Der Spiegel.
No documento, até agora secreto, refere-se que os emblemas participantes (Milan, Arsenal, Atlético Madrid, Chelsea, Barcelona, Inter, Juventus, Liverpool, Manchester City, Manchester United, Real Madrid e Tottenham) poderiam transmitir, de forma exclusiva, quatro dos jogos a disputar em cada época, aos quais os media tradicionais de transmissão não teriam acesso.
"'Exclusivamente' significa que tais direitos de transmissão só estarão disponíveis nas plataformas centrais dos clubes participante, não serão disponibilizados para serem exibidos por qualquer outra empresa de comunicação social e não farão parte do pacote central de direitos", pode ler-se.
A publicação germânica partilhou também uma cláusula relativa aos prémios monetários a atribuir aos participantes nas duas primeiras temporadas da prova.
O contrato previa que o Real Madrid e o Barcelona, clubes resistentes quanto à intenção de levar a cabo a realização da liga elitista, seriam compensados com receitas adicionais de 60 milhões de euros cada (pagos em duas prestações).
"O FCB e o RM receberão o montante fixo adicional de 60 milhões de euros cada, a pagar em duas prestações iguais (como primeira etapa na distribuição das Receitas Líquidas dos Media correspondentes às duas primeiras fases da SL), no final da primeira época e no final da segunda época", assinala a documentação divulgada.
Todavia, conforme refere Christoph Winterbach, jornalista da Der Spiegel, que replicou parte do contrato da Superliga, haveria uma disparidade na distribuição de verbas iniciais entre os clubes. Inter, Milan, Dortmund e Atlético de Madrid aceitaram receber menos (só 3.8%) do que os restantes fundadores (7.7%). À exceção de Real e Barça.
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O contrato agora divulgado pela revista alemã mostra também que, em caso de desistência de um dos clubes fundadores da Superliga, a multa compensatória estava fixada em... 150 milhões de euros.
O anúncio da Superliga Europeia aconteceu, à revelia, no passado domingo, mas não terá "sobrevivido" mais de 48 horas, face à muita contestação feita por várias vozes pertencentes a governos europeus, à UEFA, à FIFA, federações e ligas desportivas e adeptos.
Como consequência, Manchester City, Liverpool, Arsenal, Manchester United, Tottenham e Chelsea Atlético de Madrid e Inter Milão saíram em debandada do projeto. Milan e Juventus reconheceram a necessidade de o avaliar e Barcelona e Real Madrid estão irredutíveis quanto à concretização.