Trabalha num armazém, vai defrontar o Benfica e o irmão avisou-o: "Vais levar dez golos..."

Conor Tracey, guarda-redes do Auckland City, sofreu dez golos na estreia no Mundial de Clubes, frente ao Bayern Munique, mas valoriza acima de tudo a experiência.

Os jogadores do Auckland City são amadores e, como tal, têm outras profissões, das quais dependem para viver. Conor Tracey trabalha num armazém de produtos veterinários e teve mesmo de gastar as férias e ainda pedir dias extras sem vencimento. "Tive de combinar férias anuais com dias não remunerados. Vou ter algumas dificuldades com a renda e as contas, mas jogar contra o Bayern, o Benfica e o Boca Juniors vale 100% a pena", explicou Conor Tracey à ESPN.

"Ter a garantia de três desses grandes jogos e, pode-se dizer, contra clubes maiores, é fantástico. Fomos todos para as salas do clube para ver o sorteio em direto como uma equipa, e ver-nos sair o Bayern de Munique foi ridículo. O meu irmão virou-se para mim, riu-se e disse: 'Haha! O Harry Kane vai marcar-te 10 golos! Não o digo de uma forma egocêntrica, mas representamos 99,9% dos futebolistas; apenas 0,1% dos futebolistas são profissionais, mas nós somos o resto, e não é um trabalho fácil", prosseguiu.

"Para todos os jogadores que trabalham a tempo inteiro, jogar e treinar a tempo inteiro é muito difícil. É muito, muito difícil. Estamos a esforçar-nos. Não vemos o sol, na verdade, porque trabalhamos o dia todo, vamos treinar e depois voltamos [para casa] às 21h00, 21h30... para alguns dos rapazes que têm família, é muito difícil. É exatamente para isto que temos estado a treinar. Todo o trabalho duro que fizemos na Oceania e na Nova Zelândia, acho que já tivemos sucesso nesse sentido. Trabalhamos muito para chegar onde estamos, e já estamos orgulhosos do que fizemos. Só o facto de chegarmos a este torneio já é um sucesso por si só", completou.

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