"Tomara todas as equipas terem a possibilidade de ter um Cristiano Ronaldo ou um Pepe"
Declarações do Rui Vitória sobre o Euro'2024, esta terça-feira, em Cascais, à margem do evento de apresentação da IberCup, torneio do qual é embaixador
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Portugal é favorito? “Eu espero que, em relação à seleção, espero que tenha de facto um belíssimo rendimento. Porquê? Porque temos jogadores de enorme qualidade, temos uma Federação altamente preparada para tudo aquilo que é uma dinâmica organizativa que é fundamental. Temos uma equipa técnica de qualidade e, portanto, jogadores muito experimentados em este tipo de competições. Portanto, aquilo que eu desejo e entevejo é que de facto haja um rendimento muito elevado. Agora, também sei, até por experiência recente que tive, que nestes torneios muitas vezes há fatores que nós não controlamos e que podem condicionar todo o rendimento. Porque são jogos muito em cima uns dos outros e podem condicionar esse rendimento. Por isso, aquilo que eu espero é que haja de facto uma boa prestação. Nós temos equipa para isso, temos jogadores de qualidade. Agora, há todo um caminho, há toda uma vida própria que nasce a partir do primeiro jogo e espero que Portugal seja feliz"
Cristiano Ronaldo e Pepe estão aptos para a intensidade? "Eu acho que hoje em dia as equipas têm informação suficiente para nos dizerem isso. Nós aqui não temos esses dados de se eles têm essa capacidade. Eu acredito que sim, até pelo nível que têm estado a competir, se calhar o Pepe com este intervalo agora por causa desta lesão... Não temos esses dados objetivos, mas direi que por aquilo que fizeram ao longo do campeonato têm perfeitas condições para estar aptos. Agora, estamos na presença de um lote de grande qualidade que se trocar um jogador ou outro não haverá problema. E acredito que este tipo de jogadores têm também uma importância muito grande neste tipo de equipas, como a nossa. Tomara todas as equipas terem a possibilidade de ter um Cristiano Ronaldo ou um Pepe. Não só pelo rendimento que eles têm dentro do campo, mas por tudo aquilo que eles significam fora do campo. Junto dos seus colegas, junto das estruturas de apoio, o impacto que eles têm nas outras equipas. Portanto, devemos estar contentes por os jogadores desta categoria e deste perfil estarem presentes. As equipas técnicas vão ter esses dados ao seu dispor e com certeza que irão gerir essa situação melhor do que qualquer um de nós, porque têm essa informação ao seu dispor"
É imperativo ganhar à Irlanda? “É sempre bom estar-se a trabalhar em cima de vitórias do que em cima de derrotas. No entanto, também estes são os momentos para fazer experiências e para também tirar algumas ilações daquilo que pode ser importante para uma competição tão longa, que várias coisas podem acontecer numa competição destas. Portanto, se Portugal ganhar, tem esse aspecto de confiança. Se Portugal não ganhar, se calhar foi uma estratégia que foi adotada para também ver outras soluções, ver outras formas de abordar e de preparar para a competição. O importante é depois, quando começar o Europeu, a equipa estar em condições e parece-me que essa parte vai estar garantida. Agora, estes jogos valem o que valem e muitas vezes uma seleção pode ter uma estratégia, uma ou outra pode ter outra estratégia. E aqui eu dou abertura para estes dois cenários porque, de facto, depende daquilo que é a cabeça do seu selecionador"
Há obrigação em passar a fase de grupos? “Não, eu acho que essa questão hoje não se discute muito. Portugal tem uma capacidade imensa. Agora, também todos sabemos que hoje em dia ninguém ganha jogos antes de se competir, antes de se disputar. E, portanto, essa questão às vezes dos favoritismos e dos candidatos não deve ser vista assim. Hoje as equipas trabalham todas muito bem, há equipas que se preparam para estas competições e que nós nem temos acesso a este tipo de preparações. A qualidade de Portugal é muito grande e que estou convencido que vai passar esta fase inicial. Agora, repito, isto não vai só com conversa, isto não vai só com o achar que temos capacidade de ganhar. Há sim olhar as coisas com racionalidade, pôr as armas em campo e saber que do outro lado está uma equipa também muito bem preparada e que hoje não há equipas fáceis. E esta forma de pensar, esta mentalidade é a que nos pode levar, na minha perspectiva, a um destino bom. Porque se formos nessa cantiga que às vezes no vox pop acontece, depois choramos todos a seguir"
Quem são os favoritos? "Eu diria que há um lote de candidatos.... Uma a França, uma a Inglaterra, uma a Alemanha, uma a Espanha, uma a Itália e Portugal. Estas, estou convencido, são equipas que têm capacidade para qualquer delas ser campeã. Agora, também sabemos que há sempre uma ou duas equipas destas que têm maus campeonatos e há sempre uma equipa nova, fora deste lote, que aparece a fazer uma grande competição. Portanto, eu não consigo, nesta altura, prever quem são as equipas que estão em melhor condição. Até porque há aqui esta distância entre aquilo que foi a competição que acabou e agora, que às vezes tem influência de como os jogadores chegam. Há aqui ritmos que são diferentes, há jogadores que já estão parados há três semanas, começaram mas não começaram com a mesma intensidade do que é um campeonato e, portanto, tudo isso é uma nova realidade para as eleições. Agora, em termos de qualidade, essas equipas são apontadas para serem fortes candidatos. Mas pode aparecer aqui uma equipa que, do nada, possa fazer um belíssimo campeonato"