Tio de Lucas Paquetá em silêncio no depoimento sobre caso de apostas desportivas
Médio internacional brasileiro foi acusado pela Federação Inglesa (FA), que investigou e apontou quatro jogos em que terá manifestado conduta imprópria
Corpo do artigo
O tio de Lucas Paquetá, Bruno Tolentino, foi ouvido esta quarta-feira no senado brasileiro, na Comissão de Inquérito sobre manipulação de jogos e apostas desportivas, a propósito do escândalo de apostas que envolve o jogador. Bruno Tolentino, contudo, ficou em silêncio e não respondeu a nenhuma pergunta. A comissão vai agora fazer um pedido para levantamento de sigilo telefónico e telemático, sobre mensagens eletrónicas, assim como já solicitou audiência com o próprio Paquetá.
Além de possível envolvimento no caso que afeta Paquetá, Tolentino fez duas transferências suspeitas para Luiz Henrique, quando este jogava no Bétis, outro jogador citado no processo.
Lucas Paquetá foi acusado de violar as regras E5 e F3 do código da FA (federação inglesa).
A regra E5 diz que “um participante não deve, direta ou indiretamente, procurar influenciar, para fins impróprios, o resultado, a evolução, o comportamento ou qualquer outro aspeto de um jogo de futebol ou de uma competição, ou com eles relacionado. Foi feita uma aposta a favor de um cartão amarelo para o jogador no site da "Betway", patrocinadora do West Ham e uma casa de apostas incomum no Brasil. A aposta incluía também um cartão amarelo para Luiz Henrique, do Botafogo de Artur Jorge, quando ainda estava no Bétis.
Uma denúncia de um lance em que Paquetá tem uma ação violenta num jogo contra o Aston Villa, no dia 12 de março de 2023, deu início a suspeitas. Nesse dia, as odds de aposta a favor de um cartão amarelo para o número 10 do West Ham estavam estranhamente altas antes mesmo do jogo acontecer. A investigação começou a 18 de agosto de 2023.
Várias contas foram criadas no dia dos jogos e depositavam o valor máximo permitido nos dois resultados: um cartão amarelo para Paquetá (que o recebeu aos 70 minutos) e para Luiz Henrique (que o recebeu aos 88').
Segundo a FA, “alega-se que [Paquetá] procurou diretamente influenciar o progresso, a conduta ou qualquer outro aspeto ou ocorrência nesses jogos, procurando intencionalmente receber um cartão do árbitro com o objetivo impróprio de afetar o mercado de apostas, para que uma ou mais pessoas lucrassem com as apostas.”