ENTREVISTA, PARTE III - Pré-convocado, Diogo Leite não resistiu ao "corte" final para a competição, mas o sonho da Seleção Nacional mantém-se vivo.
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O bom arranque de época fê-lo entrar na lista de pré-convocados de Portugal para o Mundial e até o técnico do Union Berlin, Urs Fischer, expressou o desejo de ver Diogo Leite no Catar. O central não resistiu ao corte final, mas o sonho da Seleção Nacional mantém-se vivo.
O que significou estar na lista de pré-convocados para o Mundial?
- Foi uma sensação muito boa, claro. Representar Portugal é sempre um motivo de orgulho. Já tive a oportunidade de representar o país nas seleções jovens. Na seleção AA ainda não, mas foi muito bom ver o meu nome nos pré-convocados.
Chegou a alimentar o sonho de ir ao Catar?
- Sim, claro. Cada pré-convocado tinha de pensar que poderia lá estar. Não vou mentir, porque poderia lá estar. Estava confiante, mesmo sabendo que a decisão não viria de mim. Se não fosse, aceitaria a decisão. Só me cabe continuar a trabalhar para que esse momento chegue. É um objetivo, mas, para isso, tenho de continuar a fazer o meu trabalho, a fazê-lo bem e de forma constante. É o que vou fazer.
A saída de Fernando Santos marca forçosamente o início de um novo ciclo na Seleção Nacional. Está confiante de que fará parte dele?
- O futuro não sei. Mas que farei tudo para isso acontecer, certamente que sim. É sempre um prazer e um orgulho representar o meu país. Mas o que posso dizer é que vou continuar a fazer o meu trabalho, para que tenha de novo a oportunidade de representar o meu país. Se acontecer, será um motivo de grande felicidade.
"É o melhor momento da minha carreira"
Diogo Leite considera que tem características que casam na perfeição com a Bundesliga e que as adversidades que encontra semanalmente explicam a evolução demonstrada. A rápida adaptação levou a "Kicker" e o "Bild" a apontarem o central como um dos melhores reforços da época do Union Berlin. Paixão que os adeptos têm pelo clube faz lembrar-lhe o FC Porto.
Mudou-se para Berlim a meio de julho e em agosto estreou-se pelo Union no dérbi com o Hertha. Os primeiros meses na Alemanha foram de sonho para Diogo Leite, que sente estar a evoluir como nunca e, por isso, não esconde a felicidade por ser apontado como um dos melhores reforços dos berlinenses.
Como descreve o momento que está a viver na Alemanha? Pode dizer-se que é o melhor da carreira?
-Sim, é o melhor momento da minha carreira, porque sinto que estou numa fase constante em termos de rendimento e estou a sentir-me muito bem. Quero continuar a crescer como tenho vindo a fazer, a trabalhar e a ajudar o Union [Berlin]. Claramente que estou numa das minhas melhores fases.
Que razões o levaram a escolher o Union Berlin no verão?
-Senti que era e foi a melhor decisão. O clube é muito similar ao FC Porto na questão da paixão que os adeptos têm, o ambiente no balneário também é de ir para qualquer jogo com a mentalidade de que podemos vencer. A liga também pesou, porque sempre gostei da Bundesliga, pela competitividade de cada jogo. Todos os jogos são difíceis e isso é bom para me fazer crescer. Sinto que isso me está a ajudar, porque em cada jogo tenho uma adversidade diferente, ou seja, um jogador com bastante qualidade pela frente, que me dá diferentes problemas durante o jogo. E isso é bom para mim. O Union em si é fantástico, os adeptos têm uma grande proximidade aos jogadores e ao clube, por isso, estou bastante contente e agradeço pela oportunidade que me têm dado.
Que significado teve ser apontado por alguma Imprensa alemã como a melhor transferência de verão do Union?
-É sempre bom ouvir palavras positivas e, numa liga tão competitiva, com grandes jogadores, desde o guarda-redes até à linha avançada, sentir essa confiança e positividade faz-me sentir bastante bem e dá-me mais motivação para continuar a dar o melhor e a crescer todos os dias. Vou continuar a dar o meu melhor, para continuar a ouvir essas coisas positivas.
Em que é que o futebol alemão tem contribuído para a sua evolução?
-Sinto que me enquadro no estilo de jogo, pela forma como decorrem os jogos e pela qualidade com que se tenta sair a jogar com bola. Quanto ao meu crescimento, foi a nível geral, porque a dificuldade de cada jogo faz-me estar atento o dobro, faz-me enfrentar dificuldades que nunca tive pela qualidade de cada jogador e isso faz-me bem. Vou tentar melhorar a cada dia, porque sei que terei várias adversidades, que tentarei superar da melhor forma. É um estilo de jogo que gosto, as equipas da liga gostam de jogar e mostrar a sua qualidade e isso faz-me evoluir cada dia.
Que desejos para 2023?
-Fazer o maior número de jogos possíveis, continuar a crescer como tenho vindo a fazer e, claro, a Seleção é um objetivo. Por isso, vou continuar a fazer o meu melhor. A nível coletivo, ficarmos nos lugares o mais acima possível na Bundesliga. Estamos bem classificados, sabemos que temos equipa para vencer qualquer um e para terminar nos lugares de cima. Em termos de Liga Europa e de Taça da Alemanha, chegar o mais longe possível.
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