Dono do Botafogo pediu ao técnico português do Al Rayyan para não fazer uma "revisão da história" de como saiu do clube brasileiro para o Catar, em janeiro
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Ainda antes da estreia vitoriosa do Botafogo, agora orientado por Renato Paiva, no Mundial de Clubes, John Textor, dono do clube, foi abordado sobre a recente entrevista que Artur Jorge, ex-treinador do “Fogão”, deu num regresso ao Brasil após ter rumado ao Al Rayyan, do Catar, em janeiro, isto enquanto campeão do Brasileirão e da Taça Libertadores.
Depois de Artur Jorge ter vincado que nunca negociou o seu contrato enquanto decorria a época passada e ter assumido que se sentiu pouco valorizado, em termos salariais, pelo Botafogo, Textor foi em sentido contrário e pediu-lhe para não fazer uma “revisão da história” da sua saída do clube.
“Artur voltou ao Rio [de Janeiro], fez uma grande publicidade aí... Ele é bem-vindo no Rio, fez uma ótima campanha no ano passado com o Botafogo. Mas que não volte e faça uma revisão da história. No início da temporada, ele e o staff dele decidiram ir embora. Isso foi claro. Criaram uma estratégia, uma narrativa, para colocarem a culpa em nós. Ele quis discutir isso dois meses antes de a temporada acabar. Estávamos a meio de uma temporada, a disputar títulos e ele estava a passar por mudanças na vida pessoal dele. Eu sei que ele foi abordado pelo Catar antes. Ele já sabia há muito tempo que iria sair”, acusou, à TV Globo.
“Ele pode continuar a falar do que for. Não deveríamos discutir dinheiro no meio da temporada, deveríamos debater isso no fim. No final, os bónus foram ótimos para ele, extremos. Ele ficou como um dos técnicos mais bem pagos. Se fosse por dinheiro, ele iria para o Catar. Se fosse por amor, estaria aqui. Nós estávamos a pagar bem, boa sorte para ele. Eu acho que agora o Mundial de Clubes é sobre os escolhidos, as pessoas que ficaram e os jogadores que nos ajudaram na conquista do campeonato. Não é sobre o Artur Jorge. Tivemos grandes tempos juntos, mas ele decidiu ir embora. Ele não pode mandar a culpa para o clube”, acrescentou.
Nesse sentido, o empresário norte-americano deixou elogios para o sucessor e compatriota de Artur Jorge no banco do “Fogão”, Renato Paiva, dizendo que tem tudo para melhorar os resultados de um arranque de campeonato que não foi ideal, seguindo atualmente em oitavo lugar.
“Renato é um técnico posicional. Ele pensa muito sobre as responsabilidades dos jogadores na ocupação de espaços, num jogo equilibrado. Nós tivemos muitas lesões no início da temporada e isso fez com que houvesse uma disrupção daquilo que ele queria fazer como técnico. Agora que tivemos o regresso de alguns jogadores e que contratámos alguns jogadores para preencher as lacunas, acho que veremos um jogo posicional no mais alto nível, ele gosta disso como técnico. Vamos julgá-lo favoravelmente sobre a forma como ele lidou bem com as baixas por lesão no início da temporada e vamos julgá-lo pela segunda parte da temporada, com o plantel todo à disposição e muito talento. Vamos ver o sistema dele a funcionar na segunda parte [da época]. Estou muito animado. Acho que vamos estar muito bem”, concluiu.