Num desafio de seleção, o brasileiro tem ajudado a dar força ao poder competitivo da Albânia na cena europeia
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Antigo craque do Barcelona e Arsenal, lateral-esquerdo que voou influente en La Liga pelo Celta, atingiu também o escrete, é hoje um fazedor de momentos épicos para a Albânia, enquanto selecionador de uma equipa que levou uma festa adorável às bancadas do Europeu da Alemanha. Sylvinho, 50 anos, está refém dos compromissos, das viagens, do acompanhamento de jogadores por essa Europa. Mas também descansa e desfruta do Porto, cidade que escolheu para viver, por sugestão de Deco. A conquista da vaga numa prova de excelsa visibilidade foi cereja no topo do bolo.
“Foi uma etapa muito bonita desde a qualificação ao torneio. Os atletas entenderam a proposta e executaram em campo, sempre com alma e coração, que é a identidade desta seleção”, afiança Sylvinho, realizado por um trajeto iniciado em 2023, marcado já por 20 jogos oficiais. “O desafio é melhorar ainda mais nosso jogo e conquistar resultados melhores. Não olho para o futuro, que não se foque na seleção albanesa”, admite, agradecido por ter experimentado as diferenças da dinâmica de clubes e seleções tão prematuramente. Na viagem à Alemanha... calhou a Albânia no grupo da morte com Espanha, Itália e Croácia. Só se desvenda sabor de euforia. “Foi uma alegria enorme ver a seleção na Alemanha, os albaneses ofereceram apoio fortíssimo todos os dias em que estivemos no país. É um povo que transmite paixão e alegria. Foi uma aprendizagem incrível para todos nós disputar uma competição desta magnitude”, atesta o treinador, que passara por Lyon e Corinthians antes deste cargo. Viveu as particularidades da Albânia com entusiasmo, obrigado a recrutar jogadores por toda a parte, sendo a diáspora albanesa esmagadora.
“É uma situação peculiar, pois contam-se três milhões de albaneses dentro do país e dez milhões fora do país. São todos apaixonados pelo futebol. O apuramento para o Europeu foi um orgulho nacional e uma chance para tantos jovens que nunca tinham visto a seleção disputar uma fase final. Ver toda essa gente desfilar com a camisola da Albânia foi impressionante”, observa, não escapando também do seu vaivém de observações: “É um grande desafio, pois temos jogadores por várias ligas europeias e ao redor do Mundo. Isso exige atenção suplementar para cobrir todos os campeonatos onde os atletas albaneses estão. Talvez a atenção maior esteja no Calcio, onde joga uma fatia maior. Vamos tentando encontrar atletas que possam ajudar neste processo”, relata.
Entre Porto e Matosinhos a experiência imbatível
A viver no Porto, Sylvinho é um homem feliz amparado por tranquilidade, brisas inspiradoras e prazeres gastronómicos, que acabam por devolver a recompensa certa de “uma agenda apertada, muitos compromissos, viagens, jogos, visualização de atletas, reuniões várias”. O antigo lateral da seleção canarinha, não troca por nada a turbulência atual.
“Eu gosto, sou dinâmico e inquieto, isso ajuda-me a ir encontrar ideias fora da minha zona de conforto e buscar sempre o melhor para nossa seleção”, sustenta.
“O Porto é uma cidade muito bonita onde consigo, ao lado da minha esposa, encontrar tempo para descansar e recarregar as pilhas. Corro na marginal e aproveito para comer um peixe em Matosinhos. É algo extraordinário.”