Agora é a sério. Os proponentes da prova saíram da sombra e querem avançar o quanto antes. São movidos pelo aumento das receitas e querem também uma versão no feminino. A UEFA e as ligas vão à luta
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Já passava das 23h00 de domingo quando as notícias que circulavam desde o início da tarde tiveram confirmação oficial: 12 clubes formalizaram a intenção de criar uma Superliga, governada pelos seus fundadores. Isto na véspera de a UEFA aprovar o novo formato da Champions cuja negociação e elaboração esteve a cargo de Fernando Gomes, presidente e da FPF e do Comité de Competição do organismo europeu.
Num comunicado pode ler-se que "Milan, Arsenal, At. Madrid, Chelsea, Barcelona, Inter, Juventus, Liverpool, Man. City, Man. United, Real Madrid e Tottenham uniram-se como clubes fundadores", prosseguindo: "Três clubes suplementares serão convidados a juntarem-se antes do arranque da época inaugural, assim que for possível."
Face às ameaças de sanções da UEFA e FIFA, os clubes fundadores "esperam iniciar conversações" com os referidos organismos "para encontrar as melhores soluções para a nova liga e todo o futebol". De seguida, justificam a necessidade de criar a Superliga num "tempo de pandemia global" e da "instabilidade existente no modelo económico no futebol europeu", referindo ainda o objetivo de "melhorar a qualidade e intensidade das competições em cada época, criando um formato que permita aos clubes e jogadores de topo jogarem de forma regular".
Com o propósito de fazer crescer as receitas dos clubes, os fundadores da Superliga asseguram: "O apoio ao futebol europeu a longo termo, através de pagamentos solidários, serão substancialmente mais elevados que os atualmente gerados nas competições europeias."
20 equipas e dois grupos
A Superliga, pretendem os signatários, será jogada por apenas 20 equipas (o novo projeto da Champions terá 36 participantes), 15 das quais membros-permanentes como fundadores da competição. As cinco restantes serão qualificadas anualmente com base em resultados obtidos na época anterior. É ainda deixado claro que os "jogos serão realizados a meio da semana para que todos os clubes continuem a competir nas respetivas ligas".
Quanto ao modelo competitivo, falam em dois grupos de dez equipas que jogarão um total de 18 jornadas (nove em casa e outras tantas fora). Para os quartos de final ficarão automaticamente qualificados os três primeiros classificados de cada grupo, enquanto os quartos e quintos jogarão um play-off. O sistema de jogos a duas mãos nas eliminatórias será utilizado até à final em campo neutro. Os finalistas disputarão 23 partidas, ou 25 se tiverem de passar pelos play-offs.
As ambições destes clubes não deixa o futebol feminino de fora, como se pode ler no comunicado: "Assim que for possível, após o início da competição masculina, será também lançada uma idêntica [superliga] feminina."
Bayern e PSG de... fora
Segundo a "Gazzetta dello Sport", os promotores da Superliga contam com o Bayern e o PSG para virem a integrar o grupo de 15 fundadores com acento permanente na competição. Mas, para já, os emblemas alemão e francês, não embarcaram nesta aventura.