Solskjaer: "Ronaldo pediu-me para pô-lo no banco e ficou chateado quando o fiz"
O treinador norueguês, sem clube desde que foi demitido do Manchester United em 2021, falou sobre as "complicações" que teve com o regresso de CR7 a Old Trafford, uma decisão que diz ter sido "correta" na altura, mas que "acabou por não correr bem"
Corpo do artigo
Ole Gunnar Solskjaer recordou esta quarta-feira a sua última época no comando do Manchester United, em 2021/22, na qual acabou por ser demitido em novembro, ao fim de 17 jogos, depois de um verão que ficou marcado pelo regresso de Cristiano Ronaldo a Old Trafford.
Em declarações ao podcast “Stick to Football”, o treinador norueguês falou sobre as “complicações” que teve com a chegada do astro português ao balneário, revelando uma reação curiosa que CR7 teve quando foi colocado no banco de suplentes pela primeira vez... a seu pedido.
“Cristiano queria jogar três ou quatro jogos seguidos, mas também percebeu que estava a ficar velho. Mas quando o deixas fora do onze uma vez, ele não fica feliz! Uma parte de ter contratado Ronaldo foi para receber a sua paixão, mas isso também teve as suas complicações”, começou por contextualizar.
“Tínhamos Mason Greenwood, Marcus Rashford e Anthony Martial, que podiam aprender com Cristiano, porque ele é o melhor, o mais disciplinado e o melhor jogador do mundo e nós pensámos que ele iria ajudá-los. Quando ele chegou ao clube, disse-me para o colocar a titular em três jogos seguidos e depois colocá-lo no banco no quarto jogo, mas quando o fiz, ele não gostou”, explicou.
Apesar disso, o técnico salientou que nunca teve problemas em campo derivados da presença do astro madeirense, que apontou 24 golos e três assistências em 38 jogos disputados nessa época, mas referiu que resultou em mudanças na forma de jogar dos red devils.
“Com bola e com ele na equipa, não havia problemas. Sem ele a pressionar, tivemos de mudar ligeiramente os papéis a que nos tínhamos habituado. Éramos uma das equipas que mais pressionava na Europa antes [da contratação de Ronaldo] e deixámos Daniel James sair quando Ronaldo chegou. São dois jogadores diferentes e a decisão que tomei na altura foi correta, mas acabou por não correr bem”, refletiu.
No entanto, Solskjaer frisou, em jeito de conclusão, que mantém uma “boa relação” com CR7, atualmente nos sauditas do Al Nassr: “Existe muito respeito entre nós e acho que ele se comportou muito bem em relação às desilusões que passou ali”.
De resto, o treinador, sem clube desde que deixou o United, abriu as portas a um regresso ao ativo, desde que seja num clube onde tenha mais liberdade e independência na tomada de decisões.
“Tive algumas ofertas e foi do estilo: ‘Não, não estou pronto’. Quero ir para um sítio onde possa ser eu mesmo, sem alguém a ditar: ‘Tens de fazer isto e aquilo’. Quanto treinas o United, aprendes algumas coisas e queres fazer algo da tua forma da tua próxima vez. Por isso, já desfrutei e agora penso: ‘Não preciso de trabalhar’, mas se alguma coisa surgir então pronto, por que não?”, comentou.