Só Cruyff tinha mesa vitalícia no El Bulli, que teve lista de espera de dois milhões de pessoas
O restaurante catalão chegou a ter uma lista de espera de dois milhões de pessoas, mas o chef Adrià nunca fechava a porta ao neerlandês. Antiga glória do Ajax e Barcelona era o único cliente que podia aparecer sem avisar no famoso El Bulli. O chef Ferran Adrià considerava-o “o Steve Jobs do futebol”.
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Considerado o melhor restaurante do mundo em 2002, 2006, 2007, 2008 e 2009 pela “The World’s 50 Best Restaurants” e distinguido com três estrelas Michelin desde 1976, o El Bulli, em Girona, sempre teve uma extensa lista de espera enquanto manteve as portas abertas, até 2011. Procurado por políticos, atores, desportistas e personalidades famosas, obter uma mesa para degustar os pratos inovadores e confeções exuberantes dos irmãos Ferran e Albert Adrià era uma missão por vezes impossível, mas não para Johan Cruyff. O mítico jogador e treinador neerlandês, glória do Ajax e do Barcelona, falecido em 2016 na cidade catalã, era o único que podia aparecer no famoso restaurante, a qualquer hora e dia, sem reserva.
“Se não se fazia a reserva com antecedência, tivesse o nome que tivesse, não podia ser atendido. Chegou a haver uma lista de espera de dois milhões de pessoas. Mas o único que sempre tinha mesa no El Bulli era Cruyff. Admirava-o muito, era o Steve Jobs do futebol. Foi o único grande enquanto jogou e treinou. Mudou o futebol”, confessou, em entrevista ao jornal espanhol ABC, o chef Ferran Adrià, que em 2011 fechou o El Bulli para o transformar num museu gastronómico e laboratório científico, o Museu El Bulli1846, localizado na idílica Roses, em frente ao mar.
Ferran Adrià chegou a ser convidado a abrir um restaurante no Estádio Santiago Bernabéu, mas rejeitou o convite por ser um adepto fervoroso do Barcelona. “Sendo culé, não era nada fácil ter de trabalhar no Bernabéu”, confessou Ferran, 62 anos, natural de L’Hospitalet de Llobregat, nos subúrbios de Barcelona.