Sindicato dos jogadores italianos contra proposta de redução salarial: "Vergonhosa e inaceitável"
Horas antes, os clubes que integram o principal escalão do futebol italiano aprovaram, por unanimidade, a redução salarial nos respetivos plantéis
Corpo do artigo
A associação dos futebolistas italianos (AIC) classificou esta segunda-feira de "vergonhosa" a decisão dos clubes em reduzir em um terço o seu salário anual para fazer face ao impacto económico da epidemia da covid-19, recusando a proposta.
"É uma proposta vergonhosa e inaceitável. Está claro que querem que sejam só os jogadores a pagar os eventuais prejuízos económicos da crise", criticou o vice-presidente da AIC, Umberto Calcagno.
Horas antes, os clubes que integram o principal escalão do futebol italiano aprovaram, por unanimidade, a redução salarial nos respetivos plantéis: a Juventus, do internacional português Cristiano Ronaldo, já tinha procedido a um acerto salarial, por iniciativa dos próprios jogadores.
NÃO SAIA DE CASA, LEIA O JOGO NO E-PAPER. CUIDE DE SI, CUIDE DE TODOS
"Esta intervenção, necessária para salvaguardar o futuro de todo o futebol italiano, passará pela redução de um terço do salário anual [equivalente a quatro meses de remuneração], caso a atividade desportiva não seja reatada esta época, ou um sexto [dois meses] se os jogos da temporada 2019/20 forem retomados nos próximos meses", justificou a Serie A, em comunicado divulgado no site oficial.
A propósito deste documento, Umberto Calgagno lamenta que a única parte importante das medidas traduzidas no comunicado é quando diz que "as equipas devem negociar as modificações do contrato com os jogadores".
Os clubes serão responsáveis por "definir os acordos com os membros das equipas", sendo que o plano de contenção financeira atingirá os futebolistas, treinadores e demais membros dos plantéis principais.
A "Serie A' entende que esta medida "é necessária" para fazer face "a uma crise sem precedentes" provocada pela propagação do novo coronavírus.
Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais por covid-19, com 15.887 óbitos em 128.948 casos confirmados até hoje.