Simeone: "Sou contra quem desacredita o lado defensivo. Defender é uma arte"
'El Cholo' refutou, ao jornal 'El País', os que desvalorizam a preocupação extra pela proteção de zona de maior perigo ao notar qual a vantagem da mesma no plano ofensivo
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Habitualmente apreciado, pela crítica, como um treinador que privilegia o aspeto defensivo em campo, como que em contraste com o estilo sul-americano, Diego Simeone... defende que "não há verdades absolutas" sobre como atacar o adversário e que manter a baliza protegida obriga a capacidade e habilidade.
"Sou contra aqueles que desacreditam o lado defensivo. Defender é também uma arte. Se eu jogar a partir da minha própria metade do campo e atrair a oposição, é uma forma de criar espaço para mim. Por isso, é defensivo jogar a partir de trás ou é ofensivo?", questiona o técnico argentino do Atlético.
"Dependendo da forma como se interpretar" esta filosofia, Simeone sustenta-a com uma vantagem ofensiva. "Desta forma, estou a atrair para encontrar espaço atrás, para atacar. (...) Procuro magoar o adversário e posso fazê-lo de diferentes maneiras", considera o timoneiro.
Para tomar melhores opções táticas e técnicas, o líder colchonero, na mesma entrevista ao El País, assegura total disponibilidade para atender os próprios jogadores, mas, em jeito de alfinetada, frisa que o seu perfil não é constituído pela ingenuidade.
"Estou sempre aberto para ouvir as necessidades deles, mas depois tomo a decisão. Não é uma debilidade, creio. Se há algo que não sou, é parvo. Posso ser mau treinador, mas parvo não sou", atira Diego Simeone.
Independentemente do estilo de jogo, o treinador do Atlético, no cargo há 11 anos, colocou-o no trilho do sucesso, ao conquistar vários títulos, originando a queda de 12 colegas nos rivais da La Liga. Tal, crê, deve-se à rapidez com que o sucesso é exigido e à ação em função do sucesso de terceiros.
"É normal por causa do que aconteceu com o Atlético e normal por causa do que são o Real Madrid e Barcelona. Eles não esperam. O Atlético enveredou por um caminho em busca do crescimento económico e desportivo e esses clubes agiram em consequência do que lhes aconteceu", completa Simeone.
Além de treinadores saídos em pouco mais de uma década, o treinador viu Messi e Ronaldo abandonarem Espanha, por outras razões, o que inferiorizou o nível da La Liga. "Com a partida de Messi e Cristiano todos nós perdemos", considera, denotando que, desde então, "o ritmo do futebol espanhol tem abrandado".