Nápoles é o único dos candidatos ao “scudetto” com o mesmo treinador que já tinha iniciado a edição de 2024/25 do campeonato. Doze clubes (mais de metade) apresentam-se com caras novas no comando técnico em relação à época passada. Rafael Leão diz que “tudo mudou” no AC Milan com Massimiliano Allegri
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Tem este sábado início a edição n.º 124 da Série A, prova que nos últimos anos tem sido marcada por uma alternância no vencedor, após longa série de triunfos consecutivos da Juventus (nove, entre 2011/12 e 2019/20). Uma particularidade norteia o arranque do campeonato em Itália: mais de metade das equipas trocaram de treinador em relação à última época (12).
Nos candidatos ao título, de resto, só um nome se mantém: Antonio Conte, que foi campeão em 2024/25 e que também chegou a ter a continuidade no Nápoles em dúvida, por vontade própria, acabando por ser convencido pelo presidente Aurelio de Laurentiis a continuar. Para a decisão final do técnico muito contribuiu o ataque dos partenopei ao mercado: ao todo, foram nove as contratações, num total de 107 milhões de euros, ainda que o reforço mais sonante tenha chegado a “custo zero” – o criativo belga Kevin De Bruyne.
Inter de Milão e Juventus, que já tinham alterado a equipa técnica na parte final da última temporada, foram ligeiramente menos interventivos no mercado. Os nerazzurri, agora orientados por Cristian Chivu, só contrataram três jogadores até ao momento, enquanto a vecchia signora, onde Igor Tudor se tornou treinador permanente em junho, gastou grande parte dos 118,5 milhões de euros despendidos para garantir em definitivo jogadores que já estavam em Turim em 2024/25, como Francisco Conceição (contratado ao FC Porto por 32 milhões), assegurando apenas dois reforços efetivos: Jonathan David, que chegou a custo zero proveniente do Lille, e João Mário, envolvido na mudança de Alberto Costa para os dragões.
Oitavo classificado em 2024/25, numa época atípica na qual até participaram dois treinadores portugueses (Paulo Fonseca e Sérgio Conceição), o AC Milan apresenta-se de cara lavada para voltar à corrida pelo título. Para o banco, resolveu resgatar Massimiliano Allegri, campeão italiano em seis ocasiões; no que respeita ao plantel, fez mais de 160 milhões de euros em oito vendas, investindo 106 em cinco contratações – além de ter conseguido garantir Luka Modric a custo zero.
“Temos um técnico experiente que já venceu neste clube. No geral, somos um grupo jovem, com alguns jogadores mais experientes. Tudo mudou em relação ao passado. Sinto que vamos ser uma grande equipa nesta época”, frisou na pré-temporada Rafael Leão, a quem Allegri parece estar a reservar um novo papel, de jogador mais avançado do Milan, numa tentativa de devolver o internacional português ao nível que demonstrou em 2021/22, quando foi campeão e eleito o melhor jogador do campeonato.
Num patamar abaixo surgem Atalanta, Roma, Fiorentina e Lázio (todas com novos treinadores), com a segunda época de Cesc Fàbregas no endinheirado Como, quinto clube mais gastador (104 milhões), a gerar expetativas depois do décimo posto em 2024/25.
A Juventus está em campo para contratar Eden Zhegrova, extremo do Lille (tal como o já adquirido Jonathan David). Caso chegue ao plantel, o kosovar pode lutar com Francisco Conceição pela vaga na direita do ataque, ainda que atue também do lado esquerdo. A Juventus conta ainda com os portugueses João Mário e Tiago Djaló, e estreia-se amanhã contra o Parma.