Sérgio Silva recorda a O JOGO: "Sapatilhas, meias no chão, carros virados. Parecia um cenário de guerra"
Defesa do Arema lembra o momento aterrador que viveu quando saiu do balneário.
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Os jogadores de Arema ficaram cerca de quatro horas escondidos no balneário e, quando saíram, ficaram chocados com o que viram no interior do Estádio Kanjuruhan, em Malang, onde se tinha realizado a receção do Arema ao Persebaya, para a liga da Indonésia. Mais de 130 pessoas morreram, muitas delas ao tentarem fugir do local, em pânico, depois de ter sido lançado gás lacrimogéneo pela polícia. Sérgio Silva, defesa do Arema que esteve na partida, fala a O JOGO dos momentos que viveu.
Pelo que se lê chegaram a estar vários mortos no vosso balneário. O Sérgio teve noção disso?
Sim, foi complicado, nem vale a pena falar muito disso, presenciámos situações complicadas. E depois de estarmos quatro a cinco horas nos balneários, quando saímos deparámo-nos com um cenário aterrador. Já não havia mortos, mas viam-se sapatilhas de pessoas, meias, ambém carros da polícia virados e incendidados. Parecia um cenário de guerra.
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Chegou a temer pela sua vida?
Sim, houve uma altura que sim. Estávamos barricados no balneário e não sabíamos se as pessoas podiam derrubar as portas e entrar por ali adentro. Podia nem ser com o intuito de nos bater, mas com a aflição, naquele espaço fechado, podia ficar tudo esmagado, sabe-se lá. Felizmente não tinha lá família, senão a preocupação ainda tinha sido maior, para saber se poderiam estar mal. Os familiares do Abel também não estavam.
Tem conhecimento de algum cidadão português se ter magoado ontem?
Que eu saiba, não.
E no vosso clube, houve situações pessoais dramáticas?
Penso que não, até porque os convidados estavam na tribuna e conseguiram levá-los para uma sala onde estavam mais resguardados, felizmente.