Declarações de Sérgio Conceição em conferência de imprensa de antevisão ao Milan-Girona, jogo marcado para quarta-feira (20h00) e relativo à sétima jornada da fase regular da Liga dos Campeões
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O Milan tem estado melhor na Liga dos Campeões do que na Serie A: “Penso que cada jogo é diferente. É verdade que estar na melhor competição de clubes do mundo é sempre uma grande motivação, mas equipas grandes como o Milan têm de trabalhar todos os anos para estarem aqui. Na liga estamos a trabalhar para termos a continuidade certa para voltarmos a estar cá no final do ano. Com o FC Porto, foi um grande orgulho durante sete anos e agora estamos a tentar levar o Milan a uma posição mais alta na competição, tal como a nossa história pede. Amanhã será muito importante para seguirmos em frente”.
Peso da história do Milan pode ter um efeito positivo nos jogadores? Sentiu alguma diferença no ambiente em redor deste jogo? “Não, foi igual. Nesta semana, apesar do pouco tempo que tivemos para nos preparar, os rapazes estiveram concentrados e focados. Eu disse-lhes que, depois da Juventus [derrota por 0-2], este é um trabalho ao nível mental e eu tenho de ser aquele, enquanto treinador, que os ajuda a encontrarem a atitude certa. As camisolas não jogam, são usadas por jogadores que têm de mostrar que querem [vencer] a todos os níveis e em todas as provas, não só na Liga dos Campeões”.
Falta de continuidade ao longo dos 90 minutos: “É isso que procuramos. Não é que tenha de me defender pelo que disse, são coisas que me saem de dentro. Os rapazes também têm noção do que tem de ser feito. Temos de olhar uns para os outros nos olhos, trabalhar no campo, acreditar no que fazemos e depois eles têm de perceber o que faltou e serem consistentes no jogo. A beleza do futebol é que tem um reinício contínuo. Depois de um bom jogo, eles têm de se preparar novamente para o próximo, e o mesmo depois de um jogo não tão bom. Este reinício é uma oportunidade para melhorarmos”.
Mercado pode ajudar nessa busca pela consistência? “O que eu disse sobre as mudanças não foi uma crítica, mas uma realidade. Amanhã teremos 12/13 jogadores da equipa principal, três guarda-redes e três miúdos: Camarda, Zeroli e Bartesaghi. É também uma mensagem para os nossos adeptos, sobre a alma do clube. Neste momento estamos aqui e eles têm de nos apoiar, têm de ser o 12.º homem, ou melhor, o primeiro. Sem eles, o clube não existe, sem a alma dos adeptos, o clube não existe. Eu farei tudo, os jogadores farão tudo, mas precisamos do apoio deles. Amanhã é muito importante, estamos numa emergência e precisamos de todos. Vencemos, empatamos e perdemos todos juntos. Não sou belo, não sou simpático, tudo bem, mas agora estou aqui. Os jogadores sentem a atmosfera exterior e é importante unirmo-nos. Tenho de o dizer, senti e vejo demasiada divisão num clube histórico. É o Milan que perde, não sou eu nem os jogadores. Os adeptos do Milan começam com um ano de idade e são adeptos para a vida. Na minha opinião, isso é muito importante”.