Sérgio Conceição: "Depois daquela primeira parte, não podemos descer mais baixo"
Declarações de Sérgio Conceição em antevisão ao Milan-Inter, dérbi marcado para domingo (17h00) e relativo à 23.ª jornada da Serie A
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Álvaro Morata está de saída para o Galatasaray, porquê? “Eu falo com os jogadores todos os dias. Pelo pouco tempo que temos para trabalhar no campo, falamos imenso. Eu falei com o Álvaro ontem, juntamente com todos os seus colegas de equipa. As situações de mercado são o que são. São como os casamentos, tem de haver a vontade do noivo, da noiva e também o padre. Não sei se entendeu, mas é um pouco assim”.
Reencontro com o Inter após a vitória na Supertaça. À entrada para este dérbi, o ambiente no rival é bem mais calmo. Isso dá-lhe favoritismo? “A este nível, não existem favoritos por o ambiente ser melhor ou pior. Estes jogos ganham vida quando o árbitro apita e, se não houvesse esta janela de mercado, seria melhor, mas isso não é possível. Temos de nos concentrar no que podemos fazer e temos de dar vida ao jogo. São os jogadores que entram em campo, o jogo tem a sua história e todos os jogos são diferentes. A Supertaça está no passado, este será um jogo diferente”.
Após apenas um mês, como se deve analisar o seu trabalho? “No final, porque estou a falar do trabalho no campo, não é fácil para mim. Falei sobre isto com dois ou três jogadores hoje, não é fácil para alguém como eu, que quer trabalhar no campo. O sentimento de trabalhar com vídeos é diferente. No início da época, há semanas livres para fazermos este tipo de trabalho. Agora, aqueles que jogam menos e que têm mais tempo para trabalhar já absorveram mais daquilo que queremos, quando comparados com aqueles que jogam mais e têm de recuperar. Parece um pouco contraditório, mas em Riade [onde se disputou a Supertaça de Itália], eles entenderam bem que precisamos de uma energia positiva, de sermos emotivos, com um brilho nos olhos como quando jogávamos futebol em crianças, sem ficarmos cansados. Esta base e esta paixão é aquilo que tento transmitir. Também o faço através da minha postura com os jogadores e com quem trabalha aqui. Depois, em termos de plano de jogo, sinto que ainda estamos muito longe daquilo que quero. Eu gosto de uma equipa compacta, que pressione alto e que tenha grande intensidade, conceda pouco ao adversário e crie muito. Se tenho jogadores para interpretar esta forma de jogar? De momento, diria que não, por isso é que jogamos de forma diferente. Hoje trabalhámos um pouco, porque foi o terceiro dia depois do Zagreb [derrota por 1-2, na Liga dos Campeões]”.
Isso é desculpa para os maus resultados? “Não preciso de uma. Antes de assinar contrato, eu sabia quantos jogos teria, mesmo que achasse que não haveria play-off. Pensei que, ao chegar aqui, seria capaz de transmitir o que queria, mas isso não é fácil. Falámos sobre duelos e agressividade, é isso algo que se treina, tal como transições ofensivas e defensivas, em que ainda temos algumas fraquezas. Isso são coisas que se treinam e temos positividade e energia, às vezes até demais. Mas não quero procurar desculpas. Temos de ser homens e tentar mudar, vamos melhorar. Depois daquela primeira parte em Zagreb, penso que não podemos descer mais baixo. Há muito para mudar e melhorar”.