De uma descida no clube transmontano a ídolo do Corinthians em poucos meses, Hugo Souza falou com O JOGO sobre a transformação da sua carreira, tendo sido carrasco do Palmeiras na recente disputa do Paulista. O guarda-redes espreita ser um dos rostos na mudança de ciclo na seleção do Brasil
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Gerou impacto em Chaves, com 27 jogos, prova de valor, pese uma descida, assinou um regresso ao Brasil por outra porta carregada de glória. Viera do Flamengo, gigante carioca, chegou no Corinthians, monstro paulista, aceitando humilde passagem por Trás-os-Montes, um prenunciado desvio de rota, fugindo de holofotes e tentações mundanas, intervalo curioso entre Rio e São Paulo. Grande promessa do Fla entre 2020 e 2022, virou certeza do Timão, tendo selado o jogo 50 pela equipa no nulo contra o Palmeiras, que deu chama à conquista do Paulista sobre a equipa de Abel Ferreira. Além da conquista, Hugo brilhou na baliza, travou com estilo um penálti de Raphael Veiga. O guarda-redes de 26 anos é agora apontado como rosto de uma renovação na canarinha. Agora a recuperar de lesão, precisamente deste o confronto com o Palmeiras, Hugo Souza deu uma entrevista exclusiva a O JOGO.
Sabemos que a seleção vai passar, inevitavelmente, por mudanças, um novo ciclo está para abrir-se. Pergunto se o Hugo Souza espera contar em breve para a canarinha e que sonhos moram com essa camisola do escrete?
Estar na seleção sempre será um sonho. Representar o meu país, sendo uma das camisas mais emblemáticas do futebol, é algo que sempre terei como objetivo. Estive na última pré-convocatória e sei que tenho somado desempenhos à altura para ser convocado. Agora é manter o foco, seguir assim e deixar as coisas acontecerem naturalmente.
Muito se fala de Depay no Timão, o europeu que melhor se entrosou recentemente no futebol brasileiro. Como classifica essa ligação dele ao clube, à forma de sentir do brasileiro, o seu envolvimento na comunidade com os adeptos? E que tipo de referência é para os colegas?
O Memphis dispensa comentários, dentro de campo é um jogador fora-de-série, que tem nos ajudado muito. E fora de campo é alguém que tem vivido bem a nossa cultura e faz questão de estar próximo do adepto comum. É muito bom partilhar balneário com ele e esperamos conquistar mais títulos.
Sente que a sua envergadura, a fama de especialista, desarma os rivais, na cobrança dos penáltis. Como convive com essa reputação do adepto antecipar a sua defesa a cada cobrança?
É um aspeto do jogo que sempre tive muito empenho e tenho evoluído cada vez mais nessas disputas. Este ano tive a felicidade de defender os três penáltis que enfrentei. Vou trabalhar para manter esse aproveitamento.
Por fim, novamente lembrando Portugal e o Chaves, que amizades ficaram aí, que confrontos especiais e jogadores mais marcaram? E se imagina um regresso pela porta de algum dos três grandes?
Sou grato ao Chaves por me abrir as portas num momento importante da minha carreira. Agradeço por tudo o que vivi no clube. Hoje estou muito feliz no Corinthians, fiz grandes amigos em Portugal, em Chaves. É um lugar que, em breve, revisitarei, mas como disse, estou muito feliz no Corinthians e quero construir uma linda história aqui. O futuro a Deus pertence.