"Se vais comprar um árbitro pagas com dinheiro debaixo da mesa, não com fatura"
Piqué coloca as mãos no fogo pelo Barcelona no "caso Negreira".
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O "caso Negreira" abalou o futebol espanhol e deixou o Barcelona em situação delicada, após ser acusado de corrupção por alegadamente ter pago sete milhões de euros ao antigo árbitro Enríquez Negreira por serviços de assessoria. Piqué, antigo central e capitão do clube cataão, coloca "as mãos no fogo" pelo emblema onde viveu grandes sucessos.
"Colocaria as mãos no fogo pelo Barcelona. Não foram comprados árbitros. Se queres comprar um árbitro pagas com dinheiro debaixo da mesa. Não pagas ao vice-presidente do Comité Técnico de Árbitros e com fatura", disse o antigo internacional espanhol em entrevista à RAC1.
"Podem rever os jogos e as taças, fomos muito superiores, não dependemos dos árbitros. Passaria olimpicamente, mas entendo que o clube queira defender-se. E também entendo que o Real Madrid se junte à causa, por questões de pressão, mas acho que é mais ruído do que outra coisa. Confio nas pessoas que dirigem o clube", vincou.
Noutra vertente, Piqué assegura não sentir falta da competição. "Não sinto falta de jogar, nem um pouco. Chega um momento em que tu vês o que perdeste a cada fim de semana. Tenho mais tempo do que antes. Estou muito bem, vejo o Barça quando posso, mas não sinto falta disso", rematou.
O caso surgiu na sequência de investigações que o Ministério Público de Barcelona iniciou há cerca de um ano e que dão conta de que o antigo responsável da arbitragem espanhola recebeu, através de uma empresa, quase sete milhões de euros por suposta assessoria, verbal, ao clube, entre 2001 e 2018.
De acordo com a justiça espanhola, o Barcelona "manteve um acordo verbal estritamente confidencial" com José Negreira, de forma a que este, "a troco de dinheiro, realizasse ações tendentes a favorecer o Barcelona na tomada de decisões dos árbitros" nos seus desafios.
Este caso, no qual o clube catalão é associado ao crime de corrupção em negócios de forma continuada, vai ser apenso a um outro, resultado de uma denúncia apresentada nas últimas semanas pelo antigo árbitro e atual videoárbitro Estrada Fernández contra Negreira e a empresa Dasnil 95, por corrupção desportiva.
Supostas irregularidades fiscais cometidas pela empresa de Negreira expuseram, em maio de 2022, os pagamentos recebidos pelo antigo vice-presidente da Comissão Técnica de Árbitros.
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