Santos estuda estratégias para contornar normas e efetivar homenagem. Regras da CONMEBOL prometem dificultar a intenção do clube paulista, que, por agora, já garantiu que vai suspender a utilização do eterno número do astro até que haja decisão oficial.
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O dia seguinte à notícia da morte de Pelé não amainou a comoção sentida nos quatro cantos do mundo e, de forma especial, no Brasil. À imagem do que foi o "Rei" em vida - um ídolo global -, as homenagens multiplicam-se à escala planetária, mas são as que se arquitetam em Santos, cidade que, durante mais de uma década, desfrutou do futebol do astro em todo o seu esplendor, que centram as atenções. Mais especificamente no Vila Belmiro, estádio do clube ao qual Pelé teve ligação umbilical.
Andrés Rueda, presidente do Peixe, confirmou a intenção de retirar a camisola 10, o eterno número do tricampeão mundial, informando que esta não será envergada a partir de janeiro e até à decisão final do Conselho Deliberativo do Santos. Depois, no que toca a provas internacionais, faltará convencer a FIFA e a CONMEBOL, que têm normas específicas em relação à numeração. E aí, o emblema paulista poderá ter de recorrer a estratégias alternativas.
Passamos a explicar: em provas como a Taça Libertadores, o organismo que tutela o futebol sul-americano exige que a numeração dos jogadores inscritos siga a ordem numérica, sem interrupções, até à quantidade total de inscritos. Ora, se não for aberta uma exceção, o Santos estuda, segundo o portal "Globoesporte" a possibilidade de atribuir o 10 ao terceiro guarda-redes, que dificilmente será utilizado, ou a algum atleta recém-promovido da formação, que não entre de forma declarada nas contas da equipa.
Neste caso, a necessidade aguça o engenho, mas há outros mais simples e já oficializados. Como acontece, por exemplo, com o porto de Santos, o maior de toda a América Latina, que passará a ter a denominação oficial "Porto de Santos Pelé". Também o complexo rodoviário da nova entrada naquele município será rebatizado: "Rei Pelé". Os gestos possíveis para eternizar a memória de alguém que transcendeu a esfera do futebol. Até porque nos relvados, é sabido, o legado já ficou mais do que perpetuado.
Prova disso foi a romaria dos adeptos à Vila Belmiro, mas também ao Maracanã (Rio de Janeiro) e ao Rei Pelé (Maceió), o único, para já, que leva o nome daquele que é considerado por muitos como o melhor de sempre.
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Nome oficial do Maracanã pode mudar
O pedido começou por limitar-se a poucas dezenas de internautas, mas, na noite de ontem, já eram milhares a solicitar à Confederação Brasileira de Futebol e à Prefeitura do Rio de Janeiro para mudarem o nome oficial do Maracanã de Mário Filho para Rei Pelé. Em 2021, o Governador Cláudio Castro já tinha vetado essa possibilidade, mas a morte de Pelé pode mudar esse cenário.