Sá Pinto comenta ilibação sobre manipulação de resultados: "Foram três anos muito duros"
Treinador português era um dos 28 acusados de crimes relacionados com corrupção no futebol grego quando orientava o Atromitos.
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Ricardo Sá Pinto manifestou esta quinta-feira satisfação com a decisão de um tribunal grego, que o ilibou das acusações de manipulação de resultados, quando treinava o Atromitos.
"É com grande satisfação que hoje recebi a notícia da minha ilibação de um caso em que fui injustamente envolvido. Durante a minha carreira, o respeito e a integridade sempre foram princípios orientadores, pelo que me revoltou ver-me arrastado para este processo. Foram três anos muitos duros para mim e para a minha família, vendo o meu nome e a minha honra questionada em público", afirmou o técnico, em comunicado enviado à agência Lusa.
Sá Pinto, atualmente a treinar os turcos do Goztepe, orientou o Atromitos em 2014/15 e 2016/17, tendo sido um dos 28 acusados de crimes relacionados com corrupção no futebol grego, alegadamente pela não utilização de alguns jogadores num encontro frente ao Olympiacos, disputado a 4 de fevereiro de 2015, que a equipa de Pireu venceu por 2-1, reforçando a liderança do campeonato.
"Enquanto jogador e treinador, trabalhei muito para permitir à minha família um nível de conforto, e sobretudo, garantir a minha independência. Hoje foi feita justiça. Uma suspeita e acusação injustas sobre o meu bom nome e a minha honra foram finalmente comprovadas como erradas e falsas", rematou Sá Pinto.
Na altura, Sá Pinto já tinha afirmado à Lusa que era "completamente alheio" às suspeitas de manipulação de resultados naquele jogo.
Em 2014/15, o Olympiacos sagrou-se campeão, com 12 pontos de vantagem sobre o rival Panathinaikos.
Além do antigo internacional português, todos os outros 27 arguidos no processo, entre os quais o proprietário do Olympiacos, Vangelis Marinakis, foram absolvidos por um tribunal de recurso grego.
Após vários meses de audiências, o tribunal constatou que não dispunha de provas suficientes contra os arguidos para as acusações que sobre eles pendiam, nomeadamente de participação em grupo criminoso e manipulação de resultados desportivos.
Esta decisão vai contra as pretensões do procurador, que propôs, em dezembro de 2020, a absolvição de 23 dos arguidos e a condenação de outros cinco.
Além Marinakis, também proprietário dos ingleses do Nottingham Forest, estavam entre os acusados o ex-presidente da Federação Helénica de Futebol (HFF), Giorgos Sarris, árbitros, jogadores e dirigentes de vários clubes da primeira divisão.