Bartomeo, presidente demissionário dos catalães, deixou escapar a notícia de que dera aval para a participação no eventual torneio. Presidente da Liga espanhola deixa no ar ideia de retaliação institucional: "Desconhece o mercado"
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Josep María Bartomeu fechou a porta da sua presidência no Barcelona com um estrondo de que ainda poucos se aperceberam: um eventual corte radical com as instituições La Liga e UEFA pode estar em curso, tendo em conta o anúncio de que os catalães serão um dos participantes da superliga de futebol elitista que, pelos vistos, se mantém na agenda dos principais emblemas europeus.
O ex-líder catalão, ao apresentar ontem a sua demissão, deixou escapar a notícia de que uma das últimas resoluções da sua direção havia sido a de competir no torneio cujo formato, não autorizado pela UEFA, e que o jornal AS, na sua edição de hoje, considera ter apenas a participação 18 equipas, de Espanha, Inglaterra, Alemanha, Itália e França.
Nada de novo, até aqui. Os rumores e declarações - muitas de dirigentes como Andrea Agnelli, presidente da Juventus - sobre o exclusivo competitivo que está na forja de um consórcio que envolve o banco norte-americano JP Morgan já não são novidade e, amiúde, voltam à agenda mediática.
Segundo o periódico espanhol, a nova competição - European Premier - começará em setembro de 2022 e será uma réplica da NBA, com partidas a duas mãos entre 18 participantes, em fase de qualificação para um play-off (finais) em sede única.
O AS dá Barcelona, Real e Atlético de Madrid como os emblemas espanhóis convidados, que se juntariam a PSG, Milan, Inter, Bayer, Liverpool e Manchester United. Ainda faltam para 18, mas recuperando outras notícias sobre a matéria, acaba sempre por envolver a possibilidade de outros clubes com tradição e audiência poderem ser convidados para este torneio elitista.
"Uma autêntica OPA [Operação Pública de Aquisição, termo de bolsa de valores] à Champions", escrevem os espanhóis.
O primeiro a reagir à "bomba" largada por Bartomeu foi, precisamente, o presidente de La Liga (Espanha). Javier Tebas escreveu no Twitter: "Desafortunado Bartomeu, anunciando no seu último dia a participação numa competição fantasma, que seria a ruína do Barcelona, e ratifica a sua ignorância sobre a indústria do futebol. Triste final de um presidente que teve acertos e, ultimamente, erros".
Recorde-se que Ceférin, presidente da UEFA, considera egoísta a ideia de qualquer superliga elitista, por desrespeitar os valores da solidariedade e da igualdade que a competição deve promover.
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