Rui Jorge: "Apesar do resultado, sinto-me orgulhoso por ter feito parte deste caminho"
Declarações de Rui Jorge, selecionador nacional de sub-21, após o afastamento do Europeu, na sequência de uma derrota por 1-0 diante dos Países Baixos
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O que dizer aos jogadores após a eliminação? "Atendendo ao sentimento do balneário, não são palavras fáceis, mas não foi nada que eu não tenha vindo a dizer longo de todo o percurso. O que fizemos até aqui foi meritório e nada fácil, mas, à medida que subimos na pirâmide, ela vai estreitando e fica mais difícil de nos segurarmos lá em cima. Hoje foi um exemplo disso. Estamos a falar das oito melhores equipas e de um nível em que temos de andar próximos da perfeição para continuarmos em prova. Disse-lhes que temos de demonstrar constantemente a nossa qualidade. Fizemo-lo a espaços durante a qualificação e na fase de grupos. Contudo, não conseguimos ser tão fortes neste jogo como teríamos de ser para passar à fase seguinte. Lutámos e tentámos, mas as coisas nem sempre acontecem da melhor maneira e ficámos pelo caminho."
Segunda parte: "Fizemos um bom início de segunda parte, criando algumas situações para poder finalizar, mas o nível do adversário também subiu [em relação aos últimos jogos] e isso prova a nossa dificuldade em criar melhores situações no último terço e em conter a forma como eles saíam em contra-ataque. É evidente que a questão de não estarmos na frente do marcador pode ter pesado um bocadinho [com o avanço do relógio], mas, acima de tudo, vimos duas boas equipas. Uma teve de fazer um jogo para o qual não está tão habituada, mas fê-lo muito bem. Nós não conseguimos demonstrar qualidade suficiente para passar."
Mudança de estrutura para 4-4-2 losango: "Para já, tivemos a incapacidade de o Roger Fernandes ir a jogo. Depois, creio que o Carlos Forbs, que seria a opção lógica para a posição [de extremo esquerdo], não estaria em condições de fazer 90 minutos ao mais alto nível. É um jogador com características diferentes e precisávamos de alguém para mexer com o jogo se fosse necessário, tal como tentámos fazer na segunda parte. O Gustavo Sá tinha entrado muito bem [nos últimos encontros]. Mesmo quando estivemos 11 contra 11 e a jogar num sistema diferente [do 4-3-3], criámos algumas boas situações."
Futuro no comando da seleção de sub-21: "O meu contrato termina hoje. Falarei sobre isso mais tarde. Não acho que seja a situação nem o momento ideal. Estou extremamente triste por ter terminado o percurso de alguns destes jogadores. Alguns deles, infelizmente, não mais vestirão a camisola da seleção nacional. Enquanto estiveram aqui, dedicaram-se o máximo que puderam, tiveram uma enorme dedicação e tentaram dignificar o país. Fico sempre satisfeito quando tenho este tipo de jogadores. Apesar do resultado, sinto-me orgulhoso por ter feito parte deste caminho."
Desilusão: "A desilusão existe mais vezes no futebol do que a euforia ou a alegria da vitória. Há muita gente a lutar por um objetivo, pelo que os jogadores vão ter de se habituar, saber que isto faz parte da vida e continuar a lutar. Mais do que justiça ou injustiça, resta-nos trabalhar sempre muito, com uma dedicação e paixão enormes. Quando assim é, ficamos sempre de consciência tranquila."