Jogador será presente a tribunal na segunda-feira
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Rúben Semedo, que aos 30 anos joga no Al Khor, do Catar, está envolvido em mais uma polémica, tendo sido detido por alegada violência doméstica para com a companheira, que terá sido retida e agredida em casa antes de apresentar queixa.
"A detenção foi levada a cabo pela Esquadra de Investigação Criminal da Divisão Policial de Vila Franca de Xira. Na noite de dia 28 de dezembro, uma mulher de 30 anos foi vítima de agressões e ameaças pelo seu companheiro, ficando posteriormente retida na residência do suspeito durante algumas horas até conseguir deslocar-se a uma Esquadra da PSP, onde apresentou denúncia", pode ler-se num comunicado das autoridades.
"A vítima apresentava vários hematomas visíveis, pelo que foram acionados os meios de emergência, tendo a mesma recebido tratamento hospitalar", refere ainda. "Realizadas todas as diligências de investigação possíveis e face à prova recolhida, foi emitido mndado de detenção fora de flagrante delito pela Autoridade de Polícia Criminal, sendo o cidadão detido na sua residência pelas 03h00. O detido recolheu aos quartos de detenção do Comando Metropolitano de Lisboa, a fim de ser presente a primeiro interrogatório judicial no dia 30 de dezembro de 2024, para eventual aplicação de medidas de coação", conclui.
O central, recorde-se, foi detido em Espanha em 2018 depois de um verão em que trocou o Sporting pelo Villarreal, com base em acusações de tentativa de homicídio, agressão, ameaças, posse ilícita de arma e roubo com violência. Numa recente entrevista ao jornal Marca, Rúben Semedo, que cinco meses depois dessa detenção escapou a uma pena de cinco anos de prisão, com a condição de que não regressasse a Espanha durante um período de oito anos, admitiu que estava “perdido” em más companhias nessa altura da sua vida.
Libertado pelas autoridades em regime condicional em julho de 2018, Semedo, que é internacional português em três ocasiões e viu a polémica terminar com a sua carreira no Villarreal, tendo passado pelo Huesca, Rio Ave, Olympiacos e FC Porto antes de rumar ao Médio Oriente, em 2022, garantiu, ainda assim, que não se arrepende desse período, já que o fez “crescer e aprender”. “A verdade é que eu estava perdido, passei de ganhar 10 euros a 100 e perdi-me com gente que conheci. Sempre disse que foi culpa minha, porque eu aceitei que essa gente entrasse na minha vida. Não escolhi as melhores pessoas para estarem ao meu lado, mas também não digo que me arrependo, fez-me crescer e aprender. Com esta idade, 30 anos, sou um homem realizado. Obviamente que queria ter outro tipo de histórias para contar no Villarreal, um clube do meu coração. Não me arrependo de nada, mas obviamente que cometi erros e oxalá que sirvam para que outros aprendam”, começou por refletir, prosseguindo: “É como tudo, no final há pessoas que querem ter fama ou dinheiro, mas sem trabalhar. Essa gente é sempre mais acessível e, se abres a porta da tua casa, é mais fácil que entrem, mas no final são tudo decisões. Todas as decisões que tomamos, grandes ou pequenas, no final são o que decide o teu destino", afirmou.
A polémica, todavia, continua a marcar a carreira do futebolista.