Rúben Amorim, treinador do Manchester United, fez a antevisão ao jogo com o Leicester, dos 16 avos de final da Taça de Inglaterra, que está agendado para as 20h00 desta sexta-feira
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Empréstimo de Marcus Rashford ao Aston Villa: "Não consegui pôr o Marcus a ver a forma como se deve jogar futebol e a treinar como eu vejo. Por vezes, há um jogador que é muito bom com um treinador e o mesmo jogador com outro treinador é diferente. Só desejo o melhor para o Rashford e para o Unai Emery e que eles se entendam porque ele é um jogador muito, muito bom."
E se tiver muitos jogadores que não concordam com a sua forma de ver o jogo? "Vamos concentrar-nos no caso. O caso é que alguns dos jogadores não se adaptam à minha forma de ver o futebol. Os outros adaptam-se e nós estamos a tentar construir a equipa."
Rashford disse-lhe, essencialmente, que não concordava com as suas ideias sobre futebol? "Não é assim que acontece. É algo que se sente como treinador e como jogador. Por isso, é perfeitamente normal. Acontece com muitos treinadores e o importante é que estou aqui a dizer que a decisão foi minha. Tal como o Ty e o Antony, foi minha a decisão de fazer estes empréstimos e de manter alguns jogadores, mesmo sem transferências. Por isso, estou aqui a dizer que foi essa a minha decisão."
Como está a encarar esta fase difícil? "É muito difícil, só a forma como por vezes estamos a perder. Compreendo que tivemos muitos jogos sem ter tempo para treinar, mas mesmo assim, nesse contexto, sinto que devíamos fazer melhor. E quando se é treinador, quer-se ganhar jogos e, depois, quando se é um treinador que sente a todo o momento essa sensação de vitória e que tem de lidar com tudo quando tem estes problemas... Claro que há momentos difíceis, é difícil dormir e tudo o mais. Uma coisa boa que aprendi neste momento é que, mesmo nos bons ou nos maus momentos, a minha ideia é tão clara que tomo as mesmas decisões sem qualquer outra preocupação. Só quero ajudar a equipa a ganhar e sei que podemos mudar as coisas do outro lado. Sei que temos de sobreviver neste momento, porque no futebol, quando não se ganha, há problemas."
Alguma vez duvidou das suas ideias? "Mesmo quando estamos a ganhar, estamos sempre a duvidar de nós próprios. Isso é bom. Estou sempre a duvidar de tudo, mesmo quando estava a ganhar todos os jogos em Portugal. Portanto, é a mesma situação. A parte é perder, falhar. Pode dizer-se: falhar. Falhar com os meus jogadores, não os ajudar. Vê-los sofrer sempre, sobretudo em casa. Portanto, é claro para mim o que temos de fazer, que tipo de perfis precisamos, mesmo que seja um pé esquerdo ou um pé direito nesta posição, quais são as caraterísticas. Isso é tão claro para mim que vou fazer o mesmo até ao último dia. Continuarei a assumir este trabalho da mesma forma."