Rúben Amorim: "Garnacho? Muito talento, mas quer uma liderança diferente"
Treinador recordou as "dificuldades" do Manchester United na época passada, admitindo que a pior parte, para si, era entrar em campo já com receios sobre o que ia acontecer
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Rúben Amorim recordou este sábado, numa grande entrevista à BBC, as dificuldades que passou no Manchester United na época passada, em que o clube a terminou a Premier League numa historicamente baixa 15.ª posição.
Questionado nos Estados Unidos, onde cumpre um estágio de pré-temporada, sobre qual foi a parte mais difícil de atravessar sequências de jogos sem vencer em 2024/25, o técnico português admitiu que era entrar em estádios já com receio do que iria acontecer naquele desafio.
“Para vos dizer a verdade, não era tanto regressar a casa depois dos jogos, era a forma como eu saía para os jogos, porque sentia às vezes que iríamos ter dificuldades. Todas as dificuldades que tivemos nos jogos, eu já as sentia antes. Isso foi a parte mais difícil: ir para os jogos e saber que não íamos ser competitivos. Eu ficava realmente frustrado”, admitiu, acrescentando que chegou a refletir sobre se tinha tomado a decisão certa em deixar o Sporting pelos “red devils”, em novembro de 2024. Ainda assim, frisou que sempre sentiu a confiança da direção do United.
Já sobre o mercado, Amorim abordou a situação de Alejandro Garnacho, que faz parte de um quarteto que se encontra a treinar à parte em Carrington após ter pedido para deixar o clube neste verão, juntamente com Jadon Sancho, Antony e Tyrell Malacia. Marcus Rashford, antes de rumar ao Barcelona por empréstimo, também integrou deste grupo.
“Garnacho é um rapaz muito talentoso, mas às vezes as coisas não resultam. Não consigo explicar exatamente o que foi [que correu mal], mas é claro que ele quer algo diferente, com uma liderança diferente. Eles querem novos desafios e o mercado está aberto. Estou apenas a trabalhar com jogadores que acho que vão ficar”, comentou.
De resto, o técnico não hesitou em identificar os objetivos dos “red devils” para a nova época, mostrando-se cheio de ambição em relação ao futuro: “Eu sei que é uma diferença enorme em relação a onde ficámos, mas estamos no Manchester United. Temos de regressar à Europa”.
“Se o United pode voltar a vencer a Premier League e a Liga dos Campeões? Não tenho dúvidas. Há certas coisas que este clube tem e que não se podem comprar: estatuto, história e adeptos. Nós temos dinheiro mesmo sem a Liga dos Campeões. Com todas estas coisas, se tivermos uma cultura diferente, podemos regressar ao nosso lugar”, garantiu, apesar de estar ciente de que tem rédea curta para maus resultados: “Todo o crédito que tinha quando cheguei foi gasto no ano passado”.