"Rúben Amorim? É esperar que o sistema funcione. Se não tiver resultados..."
Berbatov espera que o treinador português devolva United à luta pelo título
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O antigo internacional búlgaro Dimitar Berbatov espera que o treinador português Rúben Amorim conduza o Manchester United de volta à luta pelo título inglês, se possível na época prestes a começar.
Embora reconheça a dificuldade de “encontrar o substituto certo” para o escocês Alex Ferguson, treinador “inacreditável na forma como geria a equipa”, vencedor de 13 edições da Premier League entre 1986/87 e 2012/13, o ex-avançado frisa que os "red devils" devem regressar ao topo da tabela após o 15.º lugar de 2024/25.
“Com o Rúben na liderança, esperamos voltar a vencer. Não vai ser fácil, mas precisamos de fazer melhor do que na última época, que foi muito má. O Rúben está a preparar a nova época e tem finalmente tempo para construir a equipa à sua maneira. Esperamos que seja a época em que o United esteja lá em cima, onde pertence, entre as melhores equipas, a lutar pelo título”, disse, em entrevista à agência Lusa.
Convencido de que o United deve figurar, pelo menos, entre as três melhores equipas inglesas, Berbatov lembra que o português, de 40 anos, vai ser sempre julgado pelos resultados, que espera parecidos aos alcançados pelo Sporting, onde contribuiu para três títulos da I Liga portuguesa. “Temos de esperar que o sistema em que está a jogar funcione. Enquanto tiver bons resultados, toda a gente estará satisfeita. Se não tiver resultados, o primeiro a arcar com as consequências é sempre o treinador. O futebol funciona assim. Julgo que está a mudar a mentalidade e a cultura no clube. Do que vi, é disciplinado para com os jogadores, dentro e fora do relvado”, acrescentou.
O antigo ponta de lança espera ainda que a conexão portuguesa entre Rúben Amorim e o capitão, o médio internacional luso Bruno Fernandes, possa reforçar a mensagem do treinador junto de um plantel que conta com outro elemento português, o lateral direito Diogo Dalot. “É o capitão e o líder. É o jogador que faz a diferença com os seus passes, com os seus golos, com a forma como lê o jogo. Fora do relvado, não sei como é, porque não faço parte do plantel. Acredito que seja o jogador que todos ouçam, pela experiência”, descreveu.
Além do Manchester United, o antigo dianteiro, de 44 anos, representou outros dois emblemas ingleses, o Tottenham e o Fulham, que espera ver melhorar face à época transata, num campeonato que se inicia hoje, às 20h00, com a receção do Liverpool, campeão em título, ao Bournemouth.
Autor de 46 golos em 101 jogos oficiais pelos "spurs", entre 2006/07 e 2007/08, Berbatov vinca que a equipa londrina, 16.ª em 2024/25, tem de “erguer a cabeça” após a derrota “cruel e dolorosa” na Supertaça europeia, com o Paris Saint-Germain, na quarta-feira, e enaltece a contratação do internacional português João Palhinha. “Ganharam um troféu no ano passado [Liga Europa], que espero lhes dê a autoconfiança para fazerem mais na Premier League e para conquistarem mais troféus. Têm de ter fome de ganhar mais. (…) Acho o Palhinha uma excelente contratação. É um médio que corre, que defende, que passa e que também consegue marcar”, adiantou.
Depois das quatro épocas em Manchester, o búlgaro voltou a Londres para representar o Fulham, clube que garantiu a permanência nas três épocas anteriores com relativo conforto, sob o comando de Marco Silva, técnico que está a “realizar um trabalho fantástico”, dando “credibilidade ao que os treinadores portugueses” conseguem em Inglaterra. “O Fulham pode voltar a fazer uma boa época, tentar desafiar as designadas grandes equipas e eventualmente lutar por um lugar nas competições europeias”, realçou, a propósito do 11.º classificado de 2024/25, onde jogou entre 2012/13 e 2013/14, somando 20 golos.