Após o caso do jovem Luighi em jogo no Paraguai, a CONMEBOL que tomar medidas mais severas contra os prevaricadores
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Vários ex-jogadores de renome da América do Sul reuniram esta quinta-feira na sede da CONMEBOL, no Paraguai, para debater medidas a tomar na luta contra o racismo, a discriminação e a violência no futebol. Ronaldo, que participou na reunião - juntamente com Lugano, Léo Moura, Mauro Silva, Ruggeri, Dilma Mendes, Carlos Tevez e Caniggia -, será o coordenador de uma nova comissão permanente, uma "task force" da CONMEBOL, para debater a temática. Nela entrarão ainda representantes das federações e governamentais.
"Achei muito 'bacana' a reunião, pudemos debater um tema muito sensível e importante, violência, discriminação e racismo. Propus a criação dessa comissão permanente. Tivemos ideias 'bacanas' e há compromisso de todos de avançar com medidas mais severas, de prevenção. Saio daqui muito animado e espero que possamos reunir-nos mais vezes e tomar atitudes duras frente a esse tipo de problema", afirmou Ronaldo.
O presidente da CONMEBOL, Alejandro Domínguez, salientou a união entre países para lutar contra os problemas "É um dia histórico, um trabalho de equipa, integrado com todos os atores, para erradicar temas que afetam o futebol sul-americano. Ouvimos a preocupação dos jogadores que vivem e viveram momentos assim, ajudam-nos a entender melhor o problema. Ouvimos governos e os seus corpos diplomáticos. A CONMEBOL é a confederação que mais sancionou ataques racistas, gente ignorante, covarde. Pessoas doentes que adoecem outras pessoas. Temos previsto seguir com essas ações e avançar ainda mais. Não queremos castigar as pessoas equivocadas. O que tem a ver um jogador, uma comissão técnica, com coisa que acontece fora do campo?", afirmou, apontando não a medidas desportivas, mas sim criminais para quem pratica atos condenáveis.
Ronaldo concordou: "Ainda vamos discutir mais sobre isso, mas não vejo a punição desportiva como solução viável. Jogadores não podem ser penalizados por isso, há uma questão jurídica a ser estudada, mas vamos reunir mais vezes para ver as decisões que vamos tomar em relação a isso, com punições mais duras."
Recorde-se que a reunião se deveu à pressão do meio desportivo e político do Brasil junto da CONMEBOL para tomar medidas duras contra o racismo e a discriminação, no seguimento do caso dos gestos racistas dirigidos ao jovem atacante Luighi, dos sub-20 do Palmeiras, em partida da Libertadores da categoria em casa do Cerro Porteño, do Paraguai.